O modelo de internação involuntária de usuários de drogas, que começa a vigorar nos próximos dez dias em São Paulo, não tem como objetivo "agredir e violentar" ninguém, de acordo com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Segundo ele, essas internações só se darão com o amparo da Justiça e em casos em que o usuário esteja em condições de saúde que não permitam a ele tomar uma decisão.
"Pode não ser necessária, pode ser necessária (a presença da polícia). O que é que se deseja. Ninguém quer agredir ninguém, ninguém quer violentar ninguém. O que se quer é dar a mão. Ajudar quem precisa. O pior pecado é a omissão. Não é aceitável que haja omissão de todos frente a um problema de saúde pública dessa gravidade. Começamos com o trabalho da internação involuntária, agregamos a Missão Belém, que trouxe mais resultados, e, agora, para os casos mais graves, é ajudar essas pessoas que estão precisando. É com assistência médica, com amparo da Justiça.
Vereador é morto a facadas por garçom no CE; vítima chegou a restaurante segundos antes do crime
Perfil de Lula comenta post sobre gari de Curitiba que tem filho estudante de medicina na UFPR: "É isso que queremos"
'Não podia ter contato com ninguém', diz socialite que acusa ex-motorista de mantê-la presa por 10 anos
De acordo com o governador, equipes farão a triagem nas ruas - com o apoio policial, quando se julgar necessário - e serão levadas para o Centro de Referência de Álcool, Tabaco e outras Drogas (Cratod) para uma avaliação médica. Caso o médico decida que a internação se faz necessária, essa decisão será avaliada por um promotor público e por um juiz de plantão, para que seja autorizada.
O governador lembrou que o convênio firmado com a Missão Belém - ligada à igreja católica - permitiu nos últimos 45 dias a retirada de 270 usuários de drogas da região da Cracolândia, na região central de São Paulo. "O que nós pretendemos é que a internação involuntária se dê apenas em casos em que a saúde do usuário esteja claramente em risco. Será apenas para casos excepcionais. Não será regra, mas sim exceção", disse ele. "A internação se dará apenas após uma avaliação detalhada, cuidadosa", diz.
