Alexandre de Moraes classificou como esdrúxula a nota do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, réu em processo golpista, que, mesmo após relatório das Forças Armadas confirmar a lisura das eleições, pediu investigação sobre riscos às urnas eletrônicas.
O ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal que tem como réus de tentativa de golpe de Estado Jair Bolsonaro (PL) e outros sete aliados, chamou de esdrúxula nota do ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira Oliveira, hoje réu na trama golpista, sobre urnas eletrônicas.
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A nota a que Moraes se refere é um relatório das Forças Armadas, feito a pedido de Bolsonaro, para questionar a lisura das eleições e manter a chama do discurso das fraudes e impedir a posse do presidente e vice-presidente, regularmente eleitos.
"O réu Jair Messias Bolsonaro determinou ao réu Paulo Sérgio Nogueira que emitisse uma nota, uma das mais esdrúxulas notas, vergonhosas notas, que o ministro da Defesa, do Brasil, pode ter emitido. Uma nota tentando disfarçar a própria conclusão das Forças Armadas."
O documento enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 9 de novembro de 2022, afirma que não foram constatadas irregularidades no processo eleitoral e que os boletins de urna impressos estão em conformidade com os dados disponibilizados pelo TSE.
Apesar da constatação, Nogueira emitiu uma nota, um dia depois, pedindo que fosse feita uma investigação técnica urgente sobre eventuais riscos à segurança das urnas. O ministro citou uma suposta possibilidade de que um 'código malicioso' possa interferir no funcionamento dos aparelhos de votação.
"O relatório é claro, mas, por determinação do líder da organização criminosa, para manter não só a obstrução que já começava a ser retirada, e já tinha sido retirada, mas os acampamentos, os acampamentos ilegais na frente dos comandos dos quartéis do exército, precisava manter o discurso de que houve fraude nas eleições", disse Moraes.