Michelle responde filhos de Bolsonaro após crise por Ciro Gomes: ‘Respeito, mas penso diferente’

Ex-primeira-dama chamou o adversário de ‘raposa política’ e lembrou ofensas contra Jair Bolsonaro

2 dez 2025 - 08h51
(atualizado às 11h43)
Resumo
Michelle Bolsonaro respondeu às críticas de seus enteados, mantendo oposição a uma aliança com Ciro Gomes, a quem chamou de adversário político, enquanto pediu compreensão e perdão à família por suas opiniões divergentes.
‘Quero apenas o melhor para o nosso herói’, diz Michelle sobre desavença com filhos de Bolsonaro
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A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro respondeu, nesta terça-feira, 2, às críticas feitas pelos enteados, filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro. O atrito familiar ganhou proporção após Michelle reprovar publicamente a aproximação entre o PL do Ceará e o ex-governador Ciro Gomes (PSDB) durante o lançamento da pré-candidatura do senador Eduardo Girão (Novo-CE) ao governo do estado, movimento articulado pelo deputado federal André Fernandes (PL-CE).

Em nota publicada nas redes sociais durante a madrugada, Michelle afirmou respeitar a posição dos enteados, mas disse “pensar diferente” e ter o direito de externar sua opinião. “Vivemos tempos difíceis. É normal que os nervos fiquem à flor da pele e podemos vir a machucar aqueles a quem jamais gostaríamos de magoar”, escreveu (leia abaixo).

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Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro criticam Michelle por ‘atropelar’ articulação política do pai no Ceará
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A ex-primeira-dama manteve o tom crítico a Ciro Gomes, chamando o ex-governador de “raposa política”. Ela citou ofensas de Gomes ao marido, como “ladrão de galinha” e “frouxo”, e classificou como inconciliável qualquer apoio a um adversário que, segundo ela, ajudou a consolidar a narrativa que rotulou Bolsonaro como “genocida”.

“Eu jamais poderia concordar em ceder o meu apoio à candidatura de um homem que tanto mal causou ao meu marido e à minha família”, afirmou. Para Michelle, a tentativa de derrotar o PT em 2026 exige coerência. “Ciro Gomes não é e nunca será de direita. Sempre será um perseguidor e um maledicente contra Bolsonaro”.

No texto, ela também pediu perdão aos enteados e disse não saber qual é a posição do ex-presidente sobre a aliança no Ceará. “Aqueles que defendem essa aliança são livres para continuar com ela, mas não deveriam me criticar por não aceitá-la. Eu tenho o direito de não aceitar isso, ainda que essa fosse a vontade do Jair”.

Michelle Bolsonaro visitou o marido no domingo
Michelle Bolsonaro visitou o marido no domingo
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

As declarações de Michelle foram repudiadas pelos filhos de Bolsonaro. O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nas redes sociais que a aproximação com Ciro teve aval do pai, hoje preso na Superintendência da Polícia Federal, ressaltando a necessidade de “unidade” em torno da liderança do ex-presidente.

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Eduardo Bolsonaro (PL-SP) repetiu os irmãos e classificou como “injusto e desrespeitoso” o tratamento dado por Michelle a André Fernandes.

Leia a seguir a íntegra da nota publicada por Michelle Bolsonaro.

"Muitos têm me perguntado se vou responder às manifestações dos meus enteados: Não vou!

Vivemos tempos difíceis. Enfrentamos tempestades de injustiças em mares de perseguição agitados. Nesses períodos, é normal que os nervos fiquem à flor da pele e podemos vir a machucar aqueles a quem jamais gostaríamos de magoar.

Amo o meu marido, a minha filha e amo a vida dos meus enteados. Eu entendo e sofro a dor deles porque ela também é a minha dor. Quero lutar junto com eles pela liberdade e pela vida do meu marido porque o amo, cuidarei dele e o defenderei com unhas e dentes, como uma leoa que defende a sua família!

Eu respeito a opinião dos meus enteados, mas penso diferente e tenho o direito de expressar meus pensamentos com liberdade e sinceridade. Antes de ser uma líder política, eu sou mulher, sou mãe, sou esposa e, se tiver que escolher entre ser política, mãe ou esposa, ficarei com as duas últimas opções.

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Como eu olharia nos olhos da minha filha quando ela um dia me questionasse por que eu teria apoiado (ou não falei nada quando pessoas do meu partido apoiaram) o homem que tanto mal fez ao pai dela? Desculpem-me; não sou assim! Acredito em uma política diferente. Não basta derrotar o PT e a esquerda; é preciso fazê-lo mantendo-nos fieis aos nossos valores e agirmos de maneira coerente com eles.

Foi por isso, e apenas por isso, que me manifestei no Ceará. Não podia ficar calada diante desses acontecimentos. Meu marido tem um coração bom (bom até demais!) e, por isso, tenho o dever de defendê-lo e de me manifestar contra situações que eu sei, serão prejudiciais a ele. Ciro Gomes não é e nunca será de direita. Nunca defenderá os nossos valores. Sempre será um perseguidor e um maledicente contra Bolsonaro.

No evento, vi nos olhos do povo que ama Bolsonaro, o mesmo desconforto e insatisfação que eu sinto. Penso que derrotar o PT dessa forma, seria o mesmo que trocar Joseph Stalin por Vladimir Lenin.

Aqueles que defendem essa aliança, são livres para continuar com ela, mas não deveriam me criticar por não aceitá-la. Eu tenho o direito de não aceitar isso, ainda que essa fosse a vontade do Jair (ele não me falou se é).

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Muitas vezes, somos nós, esposas, que somos chamadas a mostrar aos nossos maridos que eles podem estar errando. Isso é normal em qualquer casamento e um precisa ajudar o outro. No episódio de Fortaleza, eu fui apenas uma esposa defendendo o seu marido e a sua família de um homem que sempre nos atacou.

Peço aos meus enteados que me entendam e me perdoem. Não foi minha intenção contraria-los. Eu, assim como eles, quero apenas o melhor para o nosso herói, seu pai, meu esposo e o maior líder que esse país já teve - Jair Messias Bolsonaro".

Fonte: Portal Terra
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