A Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo se manifestou contra a transferência de Walter Delgatti Neto, que ficou conhecido como o hacker de Araraquara. Walter está preso preventivamente no Centro de Detenção Provisória de Araraquara e seria levado ao complexo penal de Tremembé, chamado de "presídio dos famosos".
O pedido da defesa para que ele fosse transferido foi feito ao Supremo Tribunal Federal (STF), que julga o caso. A alegação é que Delgatti estaria recebendo sérias e frequentes ameaças, que colocariam sua vida em risco.
O relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, pediu um pronunciamento da Secretaria de Administração Penitenciária sobre as condições de segurança do acusado. De acordo com o portal G1, a Secretaria coletou um depoimento do hacker em que ele afirma "não se sentir inseguro" e não ver necessidade em ser separado dos demais detentos.
O posicionamento da Secretaria, contrário à transferência, foi encaminhado ao STF. A decisão sobre a transferência ou permanência do custodiado no centro de detenção provisória também cabe à Corte.
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker são réus em processo que investiga a invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Eles respondem pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.
No dia 31 de janeiro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a condenação dos dois. De acordo com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, eles planejaram e executaram uma invasão ao sistema do CNJ para inserir um mandado de prisão falso contra Moraes. Na manifestação, a PGR afirma que Zambelli orientou Delgatti a forjar o documento como se fosse uma ordem oficial do próprio ministro, além de articular um bloqueio de valores na conta de Moraes.
No dia 30 de janeiro, Carla Zambelli teve o mandato de deputada federal cassado por decisão do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). A Corte, que entendeu ter havido uso indevido dos meios de comunicação e prática de abuso de poder político nas eleições de 2022, também decidiu determinar sua inelegibilidade por oito anos. Zambelli informou que vai recorrer.