O Congresso Nacional retomou os trabalhos legislativos nesta terça-feira, 5, em meio a um clima tenso e de forte embate político, marcado por bate-boca entre parlamentares e protestos da oposição. Deputados aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro ocuparam a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, com fitas na boca, em uma tentativa de impedir o andamento das sessões, forçando a paralisação dos trabalhos.
A confusão ocorre um dia após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretar prisão domiciliar de Bolsonaro por descumprimento de medidas cautelares. O ex-presidente é investigado por tentativa de golpe de Estado e suposta articulação para deslegitimar o resultado das eleições de 2022.
Enquanto o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), em tom altivo, pedia que parlamentares da oposição deixassem a Mesa Diretora da Câmara, oposicionistas desafiavam os demais deputados com frases como: "Vem fazer a gente sair."
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O movimento da oposição, liderado por parlamentares da extrema direita, teve como objetivo pressionar pela votação de um projeto de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 — pauta que ganhou novo fôlego após a decisão do STF contra Bolsonaro.
Do outro lado, deputados da base governista e do campo democrático foram até o plenário para impedir o avanço da manobra da oposição e garantir o funcionamento da Casa. O clima foi de forte tensão, com trocas de acusações, gritos e tentativas de negociação frustradas.
A ocupação da Mesa Diretora levou partidos da base a cobrarem o retorno imediato do presidente em exercício da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), para conter a crise. Já o primeiro vice-presidente, Altineu Côrtes (PL-RJ), aliado de Bolsonaro, ameaçou pautar a anistia caso Motta se ausente do país. "Se Hugo Motta sair do país, eu vou pautar a anistia", disse a jornalistas.