Pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, o deputado Guilherme Boulos (PSOL) prometeu nesta sexta-feira, 24, que, se eleito, substituirá toda a frota de ônibus da capital por veículos elétricos. Ele também se comprometeu a plantar 1 milhão de árvores e abrir novos parques municipais. O anúncio foi feito ao lado da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Os três participaram de evento sobre transformações ecológicas, organizado pela pré-campanha de Boulos, em um teatro na Avenida Paulista. O encontro também marcou a entrada oficial de Haddad na campanha. O psolista conta com o apoio de três ex-prefeitos: Luiza Erundina (1989-1992), Fernando Haddad (2013-2016) e Marta Suplicy (2001-2004). Esta última é a pré-candidata a vice na chapa encabeçada pelo parlamentar.
"Hoje colocamos três pontos fundamentais para combater as mudanças climáticas e desenvolver um projeto ambiental para São Paulo", disse Boulos à jornalista na saída do evento. "O primeiro é a eletrificação da frota de ônibus ou o uso de modelos híbridos. O segundo é adotar uma perspectiva circular para os resíduos sólidos, estimulando cooperativas de catadores, ampliando a reciclagem e a compostagem. O terceiro é adaptar a nossa cidade às mudanças climáticas, aumentando o número de parques. Nossa meta é plantar um milhão de árvores na cidade de São Paulo".
Durante o evento, Boulos afirmou estar confiante na vitória de sua candidatura nas próximas eleições. No entanto, ele ressaltou a necessidade de eleger uma base forte na Câmara Municipal para garantir o avanço de suas pautas. O deputado mencionou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como exemplo, apontando as dificuldades que Lula enfrenta para negociar pautas com o Congresso Nacional.
Já o ministro Fernando Haddad elogiou Boulos durante seu discurso, classificando-o como uma figura "excepcional" da política nacional. "Uma figura como essa, que surge raramente na política nacional, deve ser valorizada quando aparece", afirmou. O ministro também brincou sobre a "conta macabra" que existe na capital paulista, onde a cada oito anos, São Paulo elege uma gestão de esquerda. "Pela minha conta, chegou a nossa vez", finalizou Haddad.
Haddad ainda brincou durante seu discurso, afirmando que, hoje, no Brasil, parece proibido estudar. "Eu quero tempo para estudar, essa coisa que virou pecado no Brasil. Você não pode hoje nem ler livros," disse ele. A frase foi interpretada como uma referência ao presidente Lula, que recentemente sugeriu que Haddad deveria ler menos livros para ter mais tempo para conversar com os congressistas. Boulos entrou na brincadeira, afirmando que ele também gosta de ler livros.
Já Marina fez uma reverência ao ministro da Economia, afirmando que Haddad perdeu as eleições no Estado "não foi pelos defeitos, mas foi pelas virtudes", disse, "porque os pioneiros sempre pagam um preço alto por ir na frente". Sobre o tema do da palestra, a ministra destacou a importância de se planejar as cidades tendo em vista os impactos das mudanças climáticas e do bem-estar social. "Temos que reconhecer que o nosso padrão de cidade é um padrão que está se tornando insustentável", afirmou.
"Hoje a natureza nos obriga que sejamos todos sustentabilistas", concluiu a ministra.
