Moraes diz que Bolsonaro está atuando em conjunto com Eduardo 'nos atentados à soberania nacional'

Em decisão, ministro do STF cita tarifa de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros

18 jul 2025 - 11h08
(atualizado às 11h18)
Resumo
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou medidas restritivas contra Jair Bolsonaro após apontar que ele e Eduardo Bolsonaro atuaram juntos em ações que atentam contra a soberania nacional, incluindo interferência judicial e apoio a sanções econômicas impostas pelos EUA.
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A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com medidas restritivas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), considera que ele e o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), seu filho, estariam "atuando em conjunto" "nos atentados à Soberania Nacional". 

O documento fala diretamente da tarifa de 50% anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre produtos brasileiros, que foi celebrada por Eduardo nas redes

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Jair Bolsonaro, enquanto ainda era presidente, acompanhado do filho, Eduardo
Jair Bolsonaro, enquanto ainda era presidente, acompanhado do filho, Eduardo
Foto: Marcos Correa/PR

Usando como referência uma manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR), o ministro destaca pagamentos feitos por Bolsonaro pai ao filho. Segundo a PGR, o ex-presidente fez uma transferência de R$ 2 milhões a Eduardo. 

Para o ministro, a "vultuosa contribuição financeira" é um dos fortes indícios do alinhamento de Bolsonaro às ações do filho. Jair Bolsonaro e Eduardo tinham "o objetivo claro de interferir no curso de processos judiciais, desestabilizar a economia do Brasil e pressionar o Poder Judiciário, notadamente o Supremo Tribunal Federal, através de imposição de sanções em face de autoridades públicas brasileiras", afirma o documento.

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Além disso, a decisão também contém capturas de tela que mostram publicações feitas tanto por Eduardo quanto por Bolsonaro em que ambos defendem a postura adotada por Trump.

Assim, Moraes afirma que o ex-presidente é suspeito dos seguintes crimes: coação no curso do processo; obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa; e atentado à soberania.

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Medidas restritivas impostas a Bolsonaro

Considerando que o ex-presidente estaria tentando interferir no andamento do processo que investiga sua participação na trama de um golpe de Estado, Moraes decidiu que ele deverá:

  • Uso de tornozeleira eletrônica;
  • Proibição de acessar redes sociais;
  • Recolhimento domiciliar de 19 horas às 7 horas todos os dias, incluindo os fins de semana;
  • Proibição de que o ex-presidente se comunique com embaixadores e diplomatas estrangeiros.
  • Proibição de se comunicar com todos os investigados no processo da acusação de golpe de Estado. 
Fonte: Redação Terra
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