O relatório divulgado pela Polícia Federal nesta quarta-feira, 20, mostrou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou uma transferência bancária de R$ 2 milhões para a esposa, Michelle Bolsonaro, um dia antes de prestar depoimento na PF sobre as ações do filho Eduardo Bolsonaro no exterior.
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Os investigadores tiveram conhecimento das movimentações após a quebra do sigilo bancário de Bolsonaro e Eduardo. Assim como o pai, o deputado também realizou uma transferência no mesmo valor para a conta da esposa.
A PF entendeu que essa estratégia foi utilizada por eles para mascarar valores enviados por Bolsonaro para o filho e para tentar evitar um possível bloqueio bancário.
A investigação identificou que Bolsonaro realizou transferências de dinheiro para Eduardo entre os meses de fevereiro e junho de 2025, em valores abaixo do limite legal para o acionamento de mecanismos de monitoramento bancários.
Essas transações ocorreram até a data da viagem de Eduardo para os Estados Unidos, quando Bolsonaro transferiu R$ 2 milhões para o filho. No exterior, o deputado articulou apoio ao pai junto ao governo de Donald Trump.
Com base nessas movimentações financeiras, a PF argumentou que Bolsonaro atuou com "a finalidade de se desfazer dos recursos financeiros que tinha em sua posse imediata, bem como evitar possíveis medidas judiciais que limitassem e/ou impedissem de consumar o intento criminoso de apoiar financeiramente as ações do parlamentar licenciado no exterior".