O relatório da PF revelou diálogos entre Jair Bolsonaro e Vanessa da Silva Oliveira, a "Negona do Bolsonaro", destacando o uso de redes sociais para driblar ordens judiciais e a atuação política da influenciadora, que foi impedida de usar seu apelido nas urnas.
O relatório final da Polícia Federal que embasou o indiciamento de Jair Bolsonaro (PL) e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), mostrou conversas e conteúdos compartilhados pelo ex-presidente no dia 3 de agosto. Segundo a PF, o objetivo do disparo de mensagens se deu para a utilização de redes sociais de terceiros e, assim, 'burlar a ordem de proibição à retransmissão imposta pela Justiça'. No dia seguinte, Bolsonaro teve a prisão domiciliar decretada pelo descumprimento das cautelares.
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Entre as conversas destacadas pela PF no relatório, chamou a atenção o diálogo entre o ex-presidente e a apoiadora Vanessa da Silva Oliveira, de 43 anos, conhecida nas redes sociais como 'Negona do Bolsonaro'.
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Na ocasião, Bolsonaro enviou vídeos em que participa, virtualmente, de manifestações de apoiadores na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, e em outros pontos no Brasil. Vanessa Oliveira foi uma das destinatárias do ex-presidente. Ela, por sua vez, replicou os conteúdos em suas redes sociais. Os vídeos seguem disponíveis no perfil da bolsonarista no X (antigo Twitter).
Natural do Rio de Janeiro, Vanessa da Silva Oliveira fez carreira como influenciadora alinhada a Jair Bolsonaro. Ativa nas redes sociais, ela tem 136 mil seguidores em um perfil no Instagram, e pouco mais de 100 mil em uma conta no X.
Em uma entre milhares de publicações a favor do ex-presidente, Vanessa reitera o apoio a Bolsonaro, critica 'oportunistas que dão tapinhas em suas costas enquanto querem sua morte', e faz uma declaração: "Eu te amo tanto, mas tanto que dói. Sua Negona do Bolsonaro".
Em 2024, Vanessa disputou sua primeira eleição, concorrendo ao cargo de vereadora do Rio de Janeiro pelo Partido Liberal (PL). No pleito, ela teve 10.416 votos e terminou a eleição como suplente.
Vanessa ainda tentou concorrer como 'Negona do Bolsonaro', mas foi proibida de usar o apelido nas urnas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Ela tentou recorrer da decisão em três oportunidades, nenhuma das quais foram acatada pela Justiça.
Inicialmente, a 125ª Zona Eleitoral permitiu que a então candidata concorresse com o apelido, mas a sentença foi alterada e Vanessa acabou impedida de usar o nome pelo qual é conhecida nas redes sociais. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por fim, proibiu que a influenciadora disputasse o pleito com o 'nome artístico'.
Durante a eleição, ela não declarou nenhum bem. Sua campanha custou R$ 450.088,76, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dos quais o PL contribuiu com pouco mais de R$ 437 mil.
