Bolsonaro deixou claro que jamais aceitaria uma derrota nas urnas, diz Moraes

Ministro do STF relembrou entrevista do ex-presidente em que disse que só sairia da eleição de 2022 'preso, morto ou com a vitória'

9 set 2025 - 11h09
(atualizado às 13h31)
Resumo
O ministro Alexandre de Moraes afirmou que Bolsonaro deixou claro que não aceitaria uma derrota nas urnas e apontou sua postura como uma ameaça ao Estado Democrático, no contexto do julgamento da trama golpista.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmou, durante o terceiro dia do julgamento dos réus envolvidos na traa golpista, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), não tinha intenção de sair do poder. Segundo Moraes, Bolsonaro deixou claro que não aceitaria uma derrota nas urnas.

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O ministro do STF falou sobre o grupo de réus ter tentado descredibilizar as urnas eletrônicas e o resultado das eleições de 2022. Na época, Bolsonaro afirmou que só sairia daquelas eleições "preso, morto ou vencedor".

Bolsonaro deixou claro que jamais aceitaria uma derrota nas urnas, diz Moraes em voto
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O ministro leu frases ditas por Bolsonaro ameaçando o livre funcionamento do Poder Judiciário. "E ainda afirmou o réu: Não participaria 'de uma farsa como essa patrocinada pelo Tribunal Superior Eleitoral'. E disse em entrevista, atacando os integrantes do Judiciário: 'Só saio preso, morto ou com a vitória. Quero dizer aos canalhas, que eu nunca serei preso'", citou Moraes.

Foto: fdr

"O líder do grupo criminoso [Bolsonaro] deixa claro aqui, de viva voz, de forma pública para toda a sociedade, que jamais aceitaria uma derrota. Nas urnas, uma derrota democrática nas eleições. Que jamais aceitaria ou cumpriria a vontade popular. Em 4 de agosto de 2021, realiza nova live transmitida pela [rádio] Jovem Pan", afirmou Moraes.

Bolsonaro deixou claro que jamais aceitaria uma derrota nas urnas, diz Moraes
Foto: Reprodução/TV Justiça

Votos

O ministro Alexandre de Moraes é o primeiro a votar pela condenação ou absolvição de Jair Bolsonaro e outros sete aliados na ação penal da trama golpista, por ser o relator do caso. O julgamento foi retomado após mobilizações pró-anistia nas ruas de diversas cidades pelo Brasil no Sete de Setembro. A ordem de votação dos ministros é pré-determinada.

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Depois é a vez de Flávio Dino, seguido por Luiz Fux. Na sequência, vem o voto de Cármen Lúcia. Por fim, os votos são encerrados pela manifestação do presidente da Turma, que no caso é Cristiano Zanin.

O julgamento

Nesta terça-feira, 9, acontece o terceiro dia de julgamento, que entrou na segunda semana. Os ministros do STF devem continuar as sessões nos dias 10, 11 e 12 de setembro.

São réus no processo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL); ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, Walter Braga Netto; ex-ajudante de ordens Mauro Cid; almirante de esquadra que comandou a Marinha, Almir Garnier; ex-ministro da Justiça, Anderson Torres; ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Augusto Heleno; o general e ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira; e o deputado federal e ex-presidente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Alexandre Ramagem (PL-RJ).

Em relatório final, emitido em julho, a Procuradoria-Geral da República pediu a condenação dos réus (com exceção de Ramagem) pelos crimes:

  • Organização criminosa armada – pena de 3 a 8 anos de prisão, podendo chegar a 17 anos se houver uso de arma de fogo ou participação de funcionário público;
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito – pena de 4 a 8 anos de prisão;
  • Golpe de Estado – pena de 4 a 12 anos de prisão;
  • Dano qualificado pela violência ou grave ameaça – pena de seis meses a 3 anos de prisão;
  • Deterioração de patrimônio tombado – pena de 1 a 3 anos de prisão.
  • As penas máximas somadas podem chegar a 43 anos.
Fonte: Redação Terra
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