Apoiadores passam mal em ato de Bolsonaro e recebem Michelle com hit do axé

Ex-presidente convocou manifestação neste domingo, 25, em São Paulo, para medir força

25 fev 2024 - 15h35
(atualizado às 20h36)
Jair Bolsonaro e Michelle na manifestação na Paulista, em São Paulo
Jair Bolsonaro e Michelle na manifestação na Paulista, em São Paulo
Foto: Reprodução

Os apoiadores de Jair Bolsonaro lotaram a Avenida Paulista, na região central de São Paulo, na tarde deste domingo, 25, para demonstrar apoio ao ex-presidente em meio às investigações da Polícia Federal sobre a participação do antigo Chefe de Estado em uma tentativa de golpe no dia 8 de janeiro. 

Com forte calor na capital paulista --a sensação térmica chegou a ultrapassar os 31°C-- e a aglomeração, várias pessoas passaram mal e precisaram sair carregadas do meio da multidão. 

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A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro teve o nome gritado no ritmo do sucesso Quero Chiclete, do Chiclete com Banana, e foi muito festejada pelos presentes.

Jair Bolsonaro também foi ovacionado pelos apoiadores ao som do já conhecido grito de "mito". O ex-presidente chegou à Avenida Paulista perto das 15h, e não se encontrou com Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, cumprindo as determinações do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Superior Tribunal de Federal), para que os investigados por tentativa de Golpe de Estado não se comuniquem.

O verde e amarelo são as cores predominantes do ato. Camisas da Seleção Brasileira, camisetas com o rosto de Bolsonaro, bandeiras do Brasil e de Israel dão o tom da manifestação. Esses itens também são vendidos por ambulantes no local. A bandeira de Israel, por exemplo, sai por R$ 60, e já esgotou em alguns dos pontos de venda.

Apoiadores de Bolsonaro lotam a paulista
Foto: Tiago Queiroz / Estadão

Outro destaque muito procurado é a camisa da Seleção Brasileira com o número 10 e o nome de Neymar estampado nas costas. A peça é vendida por R$ 50. Além disso, também existe a possibilidade de comprar livros sobre a trajetória de Bolsonaro e de Javier Milei, presidente da Argentina, por R$ 80 cada. A expectativa dos ambulantes ouvido pelo Terra é faturar entre R$ 2,5 mil e R$ 3 mil durante esta tarde com as vendas.

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A maioria do público presente é formada por casais e pessoas na faixa etária acima dos 50 anos. Os jovens são minoria entre os presentes para mostrar apoio a Jair Bolsonaro. Aos gritos de ‘Eu vim de graça’, eles tentam se desvincular do ato golpista de 8 de janeiro, quando vários empresários e políticos foram alvos da Polícia Federal por terem financiado a destruição da sede dos Três Poderes, em Brasília (Distrito Federal).

A manifestação convocada por Bolsonaro servirá como teste de força do bolsonarismo após as investigações da Polícia Federal apontarem o ex-presidente como mentor da tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro aposta na foto de uma multidão diante de seu palanque para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF), fustigar o Palácio do Planalto e mandar recados de que sua eventual prisão não será aceita sem convulsão social.

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Trata-se de uma estratégia arriscada, que pode agravar sua situação na Justiça. O ex-presidente está inelegível até 2030 e é alvo de oito inquéritos na Corte: de fake news sobre urnas eletrônicas a ataques golpistas; da venda de joias do acervo da Presidência a denúncias de interferência na Polícia Federal.

No Planalto, auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliam que a manifestação será grande e acham fundamental definir, o mais rápido possível, uma série de ações para derrotar o bolsonarismo nas disputas deste ano das principais capitais, como São Paulo. O movimento é visto como decisivo para impulsionar a campanha da reeleição de Lula, em 2026.

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Fonte: Redação Terra
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