Aécio nega campanha e ataca Dilma em evento tucano em Goiás

4 mar 2013 - 20h26
(atualizado às 20h30)
O senador Aécio Neves se reuniu com lideranças do PSBD em um evento tucano em Goiânia
O senador Aécio Neves se reuniu com lideranças do PSBD em um evento tucano em Goiânia
Foto: Mirelle Irene / Especial para Terra

Lideranças nacionais do PSDB participaram nesta segunda-feira do Fórum Estadual de Debates promovido pelo Diretório Regional do partido em Goiás, em parceria com o Instituto Teotônio Vilela. O tema do evento era "Discutindo o futuro de Goiás e do Brasil", e uma de suas estrelas, o senador mineiro Aécio Neves, foi ovacionado pela militância e nos discursos das lideranças como candidato do partido à Presidência da República em 2014.

Aécio negou já estar em plena campanha, ao chegar ao Oliveira's Place, local do evento - mas fez discurso de presidenciável ao tecer fortes críticas à presidente Dilma Rousseff. "Não estamos em campanha. Na verdade, quem me parece que estar em campanha é a presidente da República. Algo inédito na história do Brasil e talvez das democracias mais evoluídas: o governo antecipar uma campanha e agir muito mais com foco em 2014 do que nos desafios de 2013", disse.

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O senador criticou o "crescimento pífio" da economia no ano passado, a ameaça do aumento da inflação, o "desmonte" da indústria e a crise na Petrobras. "O governo, infelizmente, tira os olhos de 2013, foca em 2014. Isso me preocupa muito", afirmou. O presidenciável tucano deu carga à insatisfação da oposição com as políticas do governo do PT. "O Brasil não pode apenas se contentar com a administração da pobreza. Nós temos que dar passos absolutamente consistentes, eficientes, na busca da superação da pobreza. Isso só se faz com investimentos maciços em Educação", disse. "Um governo que acha que pode acabar com a pobreza por decreto, e com maciça propaganda oficial, merece, sim, ser enfrentado e combatido", declarou o neto de Tancredo Neves.

Em contraponto, Aécio defendeu a eficiência das gestões tucanas e os resultados de seus governos. "A meritocracia é muito melhor companheira do que o aparelhamento do Estado", disse, também defendendo parcerias com a iniciativa privada para superar os gargalos de desenvolvimento no País. Ele disse que, em Goiânia, as contribuições do PSDB nos avanços do Brasil seriam lembradas. "Talvez refrescar a memória de alguns em relação à bendita herança do período em que tivemos Fernando Henrique governando o Brasil", afirmou.

"Brasil não precisa de salvador da pátria"

Aécio evitou para si o rótulo de "salvador da pátria" e disse que é parte de um grupo político que vai apresentar ao Brasil um novo projeto. "O Brasil não precisa de salvador de pátria. O PSDB apresentará um projeto alternativo para o Brasil, focado na eficiência", resumiu.

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Questionado se há diálogo aberto com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, do PSB - que também quer disputar a Presidência -, Aécio mostrou política de boa vizinhança. "O Eduardo é meu amigo e eu estimulo a sua candidatura. Qualquer candidatura séria, que venha para discutir o Brasil, é bem vinda para o PSDB. O PT que me parece preocupado excessivamente com ela", disse.

Aécio dividiu a mesa do Fórum tucano com outras lideranças do partido, como o presidente do nacional, o deputado federal Sérgio Guerra (PE), o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes (SP), o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), e o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, além do anfitrião, o governador de Goiás, Marconi Perillo, e os senadores goianos Lúcia Vânia e Cyro Miranda.

Além de críticas ao governo Dilma e ao PT, a maioria dos oradores do evento - em especial as lideranças locais - hipotecou também apoio à reeleição de Perillo ao governo de Goiás. O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio, lembrou que Perillo foi perseguido na CPI do Cachoeira, no Congresso,  mas ressaltou que, ao final, seu relatório não causou o efeito desejado. Falando pelos prefeitos goianos, o prefeito de Catalão, Jardel Sebba, chegou a antecipar a pré-candidatura de Marconi a um quarto mandato, pedindo que o governador se candidatasse. Foi muito aplaudido. 

Fonte: Especial para Terra
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