A Justiça de São Paulo condenou o Estado a indenizar em R$ 350 mil Jonathan Santana Macedo, de 35 anos, que passou um ano e meio preso injustamente. Ele foi acusado de roubo com base em reconhecimentos fotográficos e presenciais. A decisão foi tomada em 4 de setembro, quase cinco anos após a prisão, ocorrida em janeiro de 2020.
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Jonathan foi detido sob suspeita de dois assaltos a residências e um roubo de carga. Um dos crimes atribuídos a ele aconteceu no Grajaú, na Zona Sul, a cerca de 20 quilômetros da lanchonete da Vila Mariana onde trabalhava como chapeiro no mesmo horário. Apesar do álibi, foi reconhecido pelas vítimas primeiro por foto, depois pessoalmente, e permaneceu na prisão.
A detenção ocorreu quando sua esposa estava grávida. O filho do casal nasceu durante o período em que Jonathan estava encarcerado e sofreu complicações de saúde, chegando a ter uma parada cardíaca. Hoje, a criança vive em estado vegetativo e depende de cuidados especiais.
A defesa pediu a revogação da prisão, mas o Ministério Público negou. Em manifestação, o promotor responsável, Evelton Davi Contesopo, chegou a afirmar que, se Jonathan estivesse preocupado com a família, deveria ter pensado nisso antes de “se envolver em problemas”. O Tribunal de Justiça apontou indícios de irregularidade na conduta de agentes estatais e destacou falhas graves na investigação.
Procurados pelo Terra, o Ministério Público e a Secretaria da Segurança Pública não comentaram o caso até a última atualização desta reportagem.