Apenas 11,4% dos domicílios no Brasil possuíam streaming pago em 2024, com crescimento modesto desde 2022, contrastando com a alta presença de TVs de tela fina e a queda na TV por assinatura tradicional.
Mesmo com a expansão do consumo cultural pela internet e a popularização das TVs de tela fina, o acesso ao streaming pago ainda é restrito à minoria das casas brasileiras. Dados do IBGE mostram que 10,9% dos domicílios tinham assinatura de streaming em 2022, percentual que subiu para 11,4% em 2024, segundo a pesquisa Acesso à Internet e à televisão e posse de telefone móvel celular para uso pessoal, incorporada ao Sistema de Informações e Indicadores Culturais (SIIC) 2013-2024.
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Na prática, isso significa que pouco mais de 1 em cada 10 domicílios possui o serviço --uma taxa muito abaixo da presença de televisão de tela fina, que alcança 90,5% das casas em 2024. Os dados contrastam também com o declínio da TV por assinatura tradicional, cuja participação caiu de 33,2% em 2016 para 24,5% em 2024.
O IBGE observa que o avanço do streaming é marcado por desigualdades regionais e demográficas. Em 2024, o serviço estava mais presente nos domicílios das regiões Sul (14,2%), Centro-Oeste (13,0%) e Sudeste (12,9%). No Norte (9,8%) e no Nordeste (7,6%), a proporção permaneceu abaixo da média do País.
Os recortes por perfil dos moradores também mostram diferenças relevantes. Mulheres brancas (13,9%) e homens brancos (13,5%) vivem, mais frequentemente, em domicílios com acesso ao streaming do que mulheres pretas ou pardas (9,8%) e homens pretos ou pardos (9,5%).
Ao longo do mesmo período, cresceu a disponibilidade de equipamentos capazes de acessar o serviço. O percentual de domicílios com TVs de tela fina, por exemplo, passou de 65,3% em 2016 para 90,5% em 2024. O avanço favorece o consumo de plataformas digitais, mas ainda não significa, necessariamente, a adesão aos aplicativos pagos.
O IBGE ressalta que, embora o streaming venha ganhando espaço na experiência cultural das casas brasileiras, o uso continua limitado por fatores como renda, desigualdade digital e disparidades regionais. O instituto também aponta que o acesso ao serviço só passou a ser investigado em 2022, o que indica que as próximas pesquisas podem revelar novas tendências de crescimento.