Munido de cartazes, um grupo de pessoas de diferentes idades participou de um protesto contra as internações compulsórias ou involuntárias de dependentes químicos na manhã desta segunda-feira. A manifestação ocorreu em frente ao Centro de Referência de Álcool, Tabaco e outras Drogas (Cratod) na região da Cracolândia, no centro de São Paulo.
A mobilização foi divulgada durante a semana pela rede social Facebook. O grupo defende que há outras formas de tratamento alternativas à internação compulsória em que o governo poderia investir e afirma que "trancar não é tratar".
Para as organizações ligadas à defesa dos direitos humanos e à luta antimanicomial, a iniciativa seria mais eficiente, na verdade, se houvesse o reforço da política de atenção psicossocial. "Estão começando do fim e não do começo. Hoje, se tiver uma situação de internação involuntária na Cidade Tiradentes, as mães vão aonde? Vir de lá até aqui (no Cratod)? O que precisamos é ter uma assistência social democrática, universal e ao alcance dessas famílias", explicou o padre Júlio Lancelloti, membro da Pastoral de Rua da Arquidiocese de São Paulo. Ele defende a instalação de Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) em todos os bairros da cidade.
Hoje, começou a vigorar em São Paulo o modelo de internação involuntária de usuários de droga. De acordo com os planos do Estado, equipes de assistentes sociais e psicólogos farão a triagem nas ruas e encaminharão os casos considerados mais graves para o Cratod, local onde os pacientes passarão por uma avaliação médica. Caso o médico chegue à conclusão de que a internação se faz necessária, essa decisão será avaliada por um promotor público e por um juiz de direito. Só assim ela será autorizada.
Segundo a secretária da Justiça e da Defesa da Cidadania, Eloisa de Sousa Arruda, estão sendo respeitados os protocolos da Organização Mundial de Saúde (OMS), assim como de direitos humanos.
Com informações da Agência Brasil.