Yala Sena
Direto de Teresina
Os animais do Parque Zoobotânico em Teresina, no Piauí, também foram afetados pelas inundações provocadas pela cheia do rio Poti. Por três dias, o parque teve que ser fechado e ativado o protocolo de emergência com as chuvas deste ano.
Além de problemas como árvores centenárias derrubadas e estruturas danificadas ou destruídas, o parque agora trabalha para recuperar o que foi perdido, e luta contra um novo problema: o lixo que vem das ruas com as fortes chuvas.
Segundo o coordenador de Parques da Secretaria de Meio Ambiente, Semar, Renato Uchôa, o Zoobotânico entrou em protocolo de emergência no dia 20 de abril e foi fechado para visitação por questões de segurança nos dias 27, 28 e 29.
"Agora está mais tranquilo. Não há mais nenhum risco com relação aos animais", garantiu. A área do hipopótamo chegou a ficar inundada. O animal, que tem 7 anos, e seu comedouro precisaram ser retirados. São 170 animais em cativeiro no Zoobotânico.
O protocolo de emergência mantém uma estrutura de barco motorizado, jaulas e tranqüilizantes para deslocamento de animais, e a suspensão de comedouros. Enquanto isso, o Governo trabalha no fechamento dos buracos de uma estrada interna que quase ficou cortada. Os recintos não chegaram a ser danificados, mas um pequeno porto usado foi levado pela correnteza. Cinco mangueiras centenárias não resistiram à força do rio.
O maior problema, no entanto, parece persistir mesmo depois da enchente. A lagoa das capivaras, por exemplo, foi inundada pelas cheias do Poti. Além do rio, a água das chuvas de vários bairros chega agora com muito lixo vindo da avenida Presidente Kennedy. Uchôa relatou que foram necessários três meses para tirar toda a sujeira da lagoa, e o trabalho foi todo em vão. O local está repleto de garrafas de plástico, que precisam ser retiradas uma a uma, de barco.
Mais chuva
De acordo com os números divulgados, nesta segunda-feira, pela Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec) as enchentes já deixaram 236.757 pessoas desalojadas e 117.292 desabrigados. Segundo as informações, 44 pessoas morreram por causa dos desastres em oito Estados: Ceará (15), Maranhão (9), Bahia (7), Alagoas (7), Paraíba (2), Sergipe (2), Pernambuco (1) e Santa Catarina (1).
Os danos causados pelo excesso de chuva atingiram 393 municípios localizados em 13 Estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Acre, Amazonas, Pará e Santa Catarina.
No Nordeste, o Maranhão é o Estado que tem o maior número de municípios atingidos (88), seguidos pelo Ceará (79), Piauí (40), Paraíba (28), Rio Grande do Norte (27), Pernambuco (13), Bahia (11), Sergipe (8) e Alagoas (5).
No Maranhão, existem 63.116 desalojados e 39.651 estão desabrigados. No Ceará, são 35.606 desalojados e 24.609 desabrigados. Na Bahia, o número de pessoas desalojadas chega a 5.436 desalojados e de desabrigados, 2.188. No Piauí e no Rio Grande do Norte, entre desabrigados e desalojados, foram registrados 90.370 e 10.020, respectivamente. E, na Paraíba, são 5.402 desalojados e 1.488 desabrigados. Em Pernambuco, existem 1.082 pessoas que estão desabrigadas ou desalojadas. Em Sergipe a chuva deixou 572 desabrigados e 246 desalojados. Em Alagoas, 538 ficaram desalojados e 494, desabrigados.
Na região Norte, é no Estado do Amazonas onde se encontra o maior número de municípios atingidos, 47, com 50.470 pessoas desalojadas e 9.136 desabrigadas. No Estado do Pará são 35 municípios atingidos pela chuva com 6.275 desabrigados. No Acre, existem 2.105 desabrigados e 1.695 desalojados, em dois municípios atingidos.
Em Santa Catarina, os danos causados pela chuva atingiram 10 municípios e uma população de 3.550 pessoas, deixando 3.333 desalojados e 217 desabrigados.