Carga de cocaína avaliada em meio bilhão de reais é apreendida pela polícia no litoral de SP

Droga tinha como destino o Porto de Santos, de onde seria exportada, dizem investigadores. Suspeita foi presa no local

28 mar 2024 - 10h00
(atualizado em 29/3/2024 às 10h42)

A Polícia Civil apreendeu mais de uma tonelada de cocaína em uma ação contra o crime organizado no litoral de São Paulo, onde a Operação Verão segue em atividade desde o fim do ano passado.

Fardos com tabletes de cocaína apreendidos em operação no litoral de SP.. Prejuízo para o crime organizado seria de mais de meio bilhão de reais, segundo a SSP.
Fardos com tabletes de cocaína apreendidos em operação no litoral de SP.. Prejuízo para o crime organizado seria de mais de meio bilhão de reais, segundo a SSP.
Foto: Divulgação/ SSP / Estadão

Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública do Estado, investigadores do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) chegaram a uma casa do Jardim Progresso, em Guarujá, onde encontraram pouco mais de 1,2 tonelada de cocaína embalada e separada em 1,3 mil tijolos.

Uma mulher de 25 anos que estava no local foi presa e autuada por tráfico de drogas e associação ao tráfico.

Segundo estimativas da SSP, nos mercados europeu e asiático, cada quilo da droga apreendida poderia chegar a custar de 80 a 90 mil dólares, com a carga total apreendida podendo chegar a meio bilhão de reais em lucro para os caixas do crime organizado.

O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, justificou a continuidade da Operação Verão diante do impacto contra a rede criminosa na região. "Essa é a prova do que estamos enfrentando no litoral de São Paulo: criminosos que, ao longo de décadas, estruturaram uma cadeia ilícita por meio do tráfico internacional de drogas e que, desta vez, estão sendo desarticulados".

Letalidade registrada em operação motiva críticas de entidades

A Ouvidoria de Polícia de São Paulo e a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, em conjunto com movimentos sociais, pediu à gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), do governo de São Paulo, o fim imediato da Operação Escudo/Verão, além de reparação financeira coletiva por supostas violações de direitos humanos cometidas pela PM na Baixada Santista.

As mortes cometidas por agentes das polícias Militar e Civil dobraram no começo deste ano no Estado de São Paulo. Foram 147 registros em janeiro e fevereiro, ante 74 casos contabilizados nos mesmos meses de 2023, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP) reunidos pelo Instituto Sou da Paz.

Trata-se do maior patamar desde 2020. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse, em nota, que as forças de segurança "são instituições legalistas que operam estritamente dentro de seu dever constitucional, seguindo protocolos operacionais rigorosos". A pasta disse ainda que "não tolerados excessos, indisciplina ou desvios de conduta".

As entidades pedem ainda o uso obrigatório de câmeras corporais e a criação de protocolos internos na SSP para prevenir o que chamam de "operações vingança" após a morte de policiais.

As recomendações fazem parte de relatório divulgado em audiência pública na segunda-feira, 25. O relatório foi entregue ao Ministério Público, que vai continuar as investigações sobre as operações. O Estado diz que ao menos 53 pessoas morreram em supostos confrontos com a polícia durante a ação, que também se estende ao longo deste mês e não tem data para acabar

O documento traz denúncias de supostas execução sumária, tortura, obstrução proposital das câmeras corporais, fraude processual com alteração de local de crime, modificação das cenas do crime, ameaças e intimidações em Guarujá, São Vicente, Santos e Cubatão.

"Não viemos falar mal da polícia. Não tem problema a polícia entrar no território. O que não queremos é que a polícia ataque as pessoas e tire o direito à cidadania", afirma Claudio Silva, ouvidor das Polícias do Estado.

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