72% reprovam tarifas de Trump contra Brasil em defesa de Bolsonaro, aponta Quaest

16 jul 2025 - 09h44

Uma ampla maioria dos brasileiros rejeita a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil. Para os entrevistados, a medida é injusta e motivada pela percepção de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está sendo alvo de perseguição judicial no País.

O presidente dos EUA, Donald Trump, e o ex
O presidente dos EUA, Donald Trump, e o ex
Foto: presidente do Brasil, Jair Bolsonaro - Alan Santos/PR / Perfil Brasil

Levantamento divulgado nesta quarta-feira (16) pela Genial/Quaest aponta que 72% dos brasileiros consideram que Trump errou ao adotar a medida. Apenas 19% apoiam a decisão do norte-americano. Outros 9% não souberam ou preferiram não opinar.

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O endurecimento comercial veio à tona após Trump enviar uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A mensagem, publicada na rede Truth Social, acusa o Supremo Tribunal Federal de perseguir Bolsonaro. Como resposta, o republicano anunciou a nova tarifa, alegando que há uma ameaça à liberdade de expressão também nos Estados Unidos.

Tarifa de Trump preocupa brasileiros

Segundo a mesma pesquisa, 79% dos entrevistados dizem que a tarifa terá impacto direto em suas vidas ou nas de suas famílias. Apenas 17% afirmam que não sentirão efeitos e 4% não souberam responder.

A nova alíquota começa a valer em 1º de agosto. Lula já declarou que pretende responder com base na Lei de Reciprocidade Econômica e reforçou a independência das instituições nacionais.

O estudo, realizado entre os dias 10 e 14 de julho, ouviu 2.004 pessoas em 120 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com 95% de nível de confiança.

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O diretor da Quaest, Felipe Nunes, avalia que o episódio contribuiu para reverter parte da impopularidade do governo. "Governo saiu de coadjuvante para protagonista na pauta pública nacional. Depois de conseguir pautar uma parte da sociedade, a ala mais petista, na taxação dos super-ricos. Agora, conseguiu pautar os setores médios, menos ideológicos e mais informados, com uma agenda que unificou a esquerda e dividiu a direita", afirmou.

A avaliação positiva do governo subiu para 43%, ante 40% no levantamento anterior. Já a desaprovação caiu de 57% para 53%. O desempenho melhorou especialmente entre moradores do Sudeste, pessoas com ensino superior completo e trabalhadores com renda entre dois e cinco salários mínimos.

A percepção de que o governo acertou ao reagir também aparece em outros dados. Para 53%, a resposta de Lula às tarifas foi adequada. Além disso, 63% discordam da alegação de Trump de que a relação comercial entre os dois países é injusta.

Ainda segundo o levantamento, 55% avaliam que o discurso de Lula no encontro do Brics provocou Trump. Para 31%, não houve provocação, e 14% não souberam responder. A pesquisa também indica que 84% defendem que governo e oposição deixem as disputas de lado e atuem juntos na defesa dos interesses nacionais.

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