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Adriana Samuel apoia jovens atletas enquanto atua na gestão de brasileiros que vão a Paris-2024

Medalhista olímpica inaugura dois novos centros para esporte e conversa com o 'Estadão' para avaliar os 20 anos dedicados a projetos sociais e expectativa para próxima edição dos Jogos

30 abr 2024 - 16h06
(atualizado às 16h36)

A brasileira Adriana Samuel se aposentou das quadras de vôlei de areia em 2001. Três anos depois, ela começou o primeiro projeto social para cerca de 130 crianças de 8 a 14 anos que faziam aulas de vôlei de praia gratuitamente na orla de Copacabana. Desde então, a medalhista olímpica expandiu negócios e alcance. Agora, aos 58 anos, ela atende 800 crianças em iniciativas sociais e é gestora do Time Petrobras, com nomes como Flávia Saraiva, Darlan Romani, Marcus D'Almeida, Hugo Calderano e pelo menos mais 16 atletas que estarão em Paris-2024.

Os projetos sociais começaram com o vôlei de praia, mas hoje são diversificados e vão além do esporte. Há judô, atletismo, e-games e aprendizado de inglês, no Rio de Janeiro e no Espírito Santo. Para 2024, a medalhista olímpica fechou com dois novos patrocinadores e vai inaugurar escolas de vôlei em Maricá e outra em Cabo Frio. As novas unidades começam a funcionar em maio e cada uma atenderá 100 alunos.

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Os novos centros são também a comemoração de 20 anos de Adriana na atuação de projetos sociais. "Quanto mais o tempo passa, mais vou conseguindo realizar o que está acontecendo. Olho para o ano de 2024 e vejo que na área social terão sete projetos ao mesmo tempo. Vem na minha cabeça que tudo é uma construção. Primeiro com o esporte que é de origem, me deu tudo na vida, o voleibol. Com ele que comecei", avalia a medalhista olímpica para o Estadão.

Com cautela de reiterar que "não é professora", Adriana começou em 2004 com a Escola Adriana Samuel, buscando patrocínios que bancassem a contratações de instrutores para aulas gratuitas. Foram 10 anos até inaugurar um segundo núcleo, em Deodoro, saindo da zona sul do Rio e indo para a região oeste. "A gente acha que vai ensinar, mas é o contrário. Aprendemos muito mais do que ensina", diz.

Em 2018, ela criou também o Sem Barreiras, que expandiu as aulas para outras modalidades. O mais recente é o Gaming Parque, que oferece aulas gratuitas de livestream, jogos mobiles e cursos complementares. "Fui me sentindo cada vez mais dona e proprietária da palavra empreendedora. É o que me vejo com mais capacidade. Talvez seja minha grande qualidade. Ter uma ideia e fazer a transição para tornar realidade. O fato de ter sido atleta a vida inteira. A medalha olímpica me ajuda muito para abrir as portas. Mas não que fechar patrocínio seja uma tarefa fácil. É difícil para todo mundo", pontua.

Adriana Samuel migrou das quadras para a areia em 1992, após ser cortada da seleção que foi aos Jogos de Seul-1988. Deu certo. Ela foi campeã dos Jogos Mundiais de Haia em 1993. Ela também conquistou prata e bronze nas olimpíadas de Atlanta 1996 e Sydney 2000, respectivamente, antes de se aposentar.

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Ainda como jogadora, Adriana iniciou a função de gestora responsável por relações comerciais dela e de sua dupla, Mônica Rodrigues. Na busca por patrocínios, a ex-jogadora passou a ter destaque, ganhando outras duplas como clientes. Adriana Behar e Shelda, adversárias na areia, foram as primeiras, em uma parceria que durou sete anos desde janeiro de 2002. Ricardo e Emanuel, ouro em Atenas-2004, também passaram pela gestão de Adriana.

"Eu fui a primeira a parar (de jogar) na nossa geração. Sem saber, estava me tornando referência na função de fazer apresentações comerciais", conta a ex-atleta. As experiências são replicadas também nos projetos sociais, que contam com oito empresas patrocinadoras.

No Rio-2016, Adriana Samuel liderou o Time Petrobras pela primeira vez.
No Rio-2016, Adriana Samuel liderou o Time Petrobras pela primeira vez.
Foto: Divulgação/Adriana Samuel / Estadão

Em 2015, Adriana passou a liderar os atletas do Time Petrobras, com a missão de conduzi-los nos Jogos Olímpicos do Rio. Foi com a gestão dela que Isaquias Queiroz conseguiu o primeiro patrocínio além dos auxílios governamentais. O canoísta conquistou um bronze e duas pratas na Rio-2016 e foi campeão na Tóquio-2020.

Outro caso de sucesso da gestão da ex-jogadora é Marcus D'Almeida, que integra o grupo desde a primeira formação. O arqueiro conquistou o melhor resultado brasileiro na modalidade em Tóquio, chegando às oitavas de final. Em fevereiro de 2023, Marcus chegou ao topo do ranking mundial na categoria de arco recurvo.

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Atletas do Time Petrobras com vaga em Paris-2024

  • Ana Sátila (canoagem - slalom)
  • Caroline Almeida (boxe)
  • Darlan Romani (arremesso de peso)
  • Duda e Ana Patricia (vôlei de praia)
  • Flavia Saraiva (ginástica artística)
  • Guilherme Caribé (natação)
  • Guilherme Costa (natação)
  • Hugo Calderano (tênis de mesa)
  • Keno Marley (boxe)
  • Marcus D'Almeida (tiro com arco)
  • Viviane Jungblut (maratona aquática)
  • Mateus Isaac (Vela - Classe IQFoil)
  • Milena Titoneli (taekwondo)
  • Beatriz Rodrigues (judô)
  • Guilherme Schimdt (judô)
  • Laura Amaro (levantamento de peso)
  • Filipe Vinicius Vieira (canoagem de velocidade)
  • Izabela Rodrigues da Silva (lançamento de disco)
  • Ygor Coelho (badmínton)

São 20 atletas geridos por Adriana que já estão com ida garantida a Paris-2024. Nesta edição, foram priorizados quem ainda não tem medalha olímpica. "A expectativa já foi alcançada no sentido de que, para Paris, o projeto mudou de perfil. Olhamos para os atletas que foram bem em Tóquio, mas não chegaram na medalha", explica Adriana.

Ao todo, o Time Petrobras tem 45 atletas olímpicos e paralímpicos. Apesar de comemorar as 20 classificações, Adriana sabe que terá mais motivos para sorrir. "São atletas muito jovens, indo para a primeira Olimpíada. A meta era tentar classificar o maior número possível de atletas. E não vamos ficar só isso. Nomes que eram desconhecidos até 2022 são promessas até de medalha", projeta.

Marcus D'Almeida é uma das esperanças de medalha do Brasil em Paris-2024.
Foto: Divulgação/COB / Estadão

No ano passado, a Petrobrás anunciou novos atletas e paratletas patrocinados pela companhia. O investimento previsto para esta edição do Time Petrobras foi de R$ 12,5 milhões, visando os Jogos Pan-Americanos e Parapan-Americanos de Santiago (Chile), entre outubro e novembro de 2023, e os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris. O valor do patrocínio pode ser destinado a melhorar condições de treino do atleta, equipe técnica, e acompanhamento médico, fisioterapêutico e nutricional. "É para viver. Todos precisam de patrocínio. É uma dificuldade sendo atleta", defende Adriana.

Os Jogos Olímpicos de Paris começam em 26 de julho e vão até 11 de agosto. Além dos 20 já classificados, o Time Petrobras tem chances de conquistar mais três vagas com Augusto Akio, no skate, e a dupla André e George, no vôlei de praia.

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