O pastor e triatleta carioca Robson Brito, que quase desistiu do esporte após um afogamento em sua estreia, participará neste domingo (26) de sua 15ª prova de Ironman 70.3, na Praia dos Ingleses, em Florianópolis.
Robson Brito é um indivíduo com energia. Acompanhado da esposa Ana Rodrigues, no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, na sexta-feira, 24, o carioca de 44 anos embarcou rumo à Florianópolis (SC) para concretizar mais um desafio pessoal: disputar pela 15ª vez uma prova de Ironman.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
Pai de três filhos e morador da Barra da Tijuca, Robson, além dos treinamentos, também ocupa a rotina exercendo o cargo de vendedor, empresário, escritor e pastor. Diante de tantas atribuições, o triatlo surgiu como uma paixão recente, há apenas três anos, mas arrebatadora, capaz de proporcionar memórias positivas, mas também alguns traumas.
"No meu primeiro triatlo eu me afoguei", relembra ele. A prova em questão aconteceu em Nova Lima, Minas Gerais, em 2019. "Fui desafiado por um amigo meu a começar na modalidade e fui. Eram só quinhentos metros de natação e eu até brinquei com ele: 'nessa distância, eu faço até cachorrinho', mas não foi bem assim. Nos primeiros vinte cinco metros já faltou braço, fôlego... acabei pedindo ajuda e saí rebocado pelo caiaque", conta com bom humor.
A frustração de ter uma estreia marcada por esse episódio fez com que o pastor pensasse em não seguir na modalidade. "Decidi parar, achava que não era para mim", diz. Entretanto, um novo desafio, dessa vez para acompanhar uma competição na Argentina, o motivou a tentar novamente concluir a prova do Ironman 70.3. "Vi pessoas com mais dificuldades do que eu conseguindo vencer esse obstáculo, conseguindo chegar no pórtico, então pensei em fazer pelo menos um. Agora, já estou indo para o meu décimo quinto", vibra.
O afogamento, segundo Robson, o ajudou também a ter mais resiliência. Depois do acidente, buscou aulas de natação para aprimorar-se no esporte. Ainda assim, mesmo que de uns tempos para cá tenha domínio das três práticas que compõem uma prova do chamado 'meio ironman', sendo 1,9 km de natação, 90 km de ciclismo e 21,1 km de corrida, o atleta destaca que cada desafio possui suas particularidades, considerando a dificuldade em conciliar a rotina pessoal e profissional com o programa de treinamentos e descanso. Tudo isso sem contar os imprevistos que podem ocorrer ao longo da competição.
"Dentro da prova existe o clima do local, o mar, que às vezes está agitado... são os improvisos que acontecem. O pneu da bicicleta pode furar, a bike pode ficar danificada. Por isso digo que cada prova é um desafio diferente. Não importa se você só fez uma, ou dez, toda prova é uma prova especial", explica.
Na reta final da preparação, a poucas horas de mais uma disputa, a alimentação tem o carboidrato como principal componente, já que serão cerca de cinco mil calorias perdidas durante o trajeto. E mesmo sendo experiente, a véspera da competição sempre gera ansiedade e devolve à tona angústias do passado. "A natação é o meu maior desafio pelo trauma de ter afogado. Vai chegando perto da prova e o meu coração vai ficando mais acelerado, fico mais pensativo, concentrado... mas sei que se eu aplicar tudo o que treinei, vou conseguir concluir mais uma", projetou.
Com foco, força e fé, o palco do próximo desafio de Robson será a Praia dos Ingleses, no norte de Florianópolis. Neste domingo, 26, o carioca se juntará a mais de 1.800 atletas, entre profissionais e amadores, para o Ironman 70.3, que garante vagas para o Mundial de 2026, em Nice, na França. A etapa terá transmissão ao vivo do Terra no portal e cobertura in loco, com notícias sobre os resultados, bastidores e histórias curiosas sobre a competição.
- Todas as etapas do Ironman Brasil têm patrocínio da Vivo.