Federer sonha voltar ao topo, e Murray quer ir mais longe após jejum
7 jul2012 - 15h18
(atualizado às 16h30)
Primeiro tenista britânico a chegar à final do torneio de Wimbledon após 74 anos, o escocês Andy Murray sonha agora ser o primeiro do Reino Unido a conquistar o título desde que Fred Perry ficou com o troféu em 1936, mas terá pela frente o suíço Roger Federer, que também tem marcas importantes a alcançar.
Com quase 31 anos, Federer já é o tenista com mais Grand Slams vencidos (16). No entanto, ele quer ir mais longe e pretende conquistar seu sétimo título na grama sagrada do All England Club, igualando o britânico William Renshaw e o americano Pete Sampras.
De quebra, se vencer, voltará à liderança do ranking da ATP e chegará a 286 semanas no topo, número recorde que atualmente pertence justamente a Sampras.
Federer poderá recuperar a condição de número 1 do mundo exatamente um ano depois que o sérvio Novak Djokovic a tomou do espanhol Rafael Nadal no mesmo torneio.
Djoko e Nadal vinham monopolizando os títulos das principais competições do circuito. A última vez que o troféu de um Grand Slam não foi para nenhum deles foi no Aberto da Austrália de 2010, em que Federer e Murray disputaram a final. O tenista da Suíça levou a melhor.
Federer, no entanto, não perdeu a confiança em si mesmo e continua mostrando a técnica e a elegância de sempre em quadra, mesmo não tendo as condições físicas de alguns anos atrás.
"Mesmo depois de cair nas quartas de final de Wimbledon no ano passado, nunca duvidei de mim mesmo. Foi duro aceitar aquela derrota, mas, enfim, volto a estar na final", declarou o suíço após eliminar Djokovic na semifinal, na última sexta-feira.
Do outro lado da rede, o atual número quatro do mundo já havia se colocado entre os quatro melhores de Wimbledon nos três anos anteriores, mas nunca havia se classificado para decisão. Neste ano, contudo, ele soube se aproveitar da eliminação de Nadal ainda na segunda rodada e de uma chave consequentemente menos difícil.
O tenista de Glasgow fará sua quarta final de Grand Slam e buscará o primeiro troféu. O escocês já foi vice-campeão do US Open (2008) e do Aberto da Austrália (2010 e 2011).
Murray ganhou 349 partidas e 22 finais individuais na carreira, mas nunca em uma das quatro principais competições do circuito. Em parte, isso se deve à pressão imposta pelo público britânico, que vê nele o único que pode dar alegrias a um país que vive uma seca de bons tenistas.
Um dos que compartilham dessa opinião quanto à pressão e Federer, que revelou que espera se aproveitar dessa situação: "Sempre disse que, em qualquer país, gosto muito de jogar contra o herói local, e isso é exatamente o que Murray é em Wimbledon", diss.
O escocês, por sua vez, tenta sacudir a pressão. Depois de superar o francês Jo-Wilfried Tsonga nas semifinais, na sexta-feira, ele afirmou não ter nada a perder na quadra central do All England Club.
"Não sinto a mesma pressão que se jogasse contra outro tenista, porque Roger (Federer) mantém uma marca impressionante em Wimbledon nos últimos dez anos. A verdade é que não tenho nada a perder. É um grande desafio, um jogo no qual ninguém espera que eu ganhe, mas no qual, se jogar bem, posso conseguir a vitória", comentou o representante da casa.
O suíço Roger Federer fez valer seu saque na semifinal de Wimbledon contra Novak Djokovic e venceu por 3 a 1, com parciais de 6/3, 3/6, 6/4 e 6/3. Com oito finais, ele se tornou o jogador que mais vezes decidiu títulos no All England Club na era aberta do tênis, superando o americano Pete Sampras e o alemão Boris Becker. Se triunfar na decisão e levantar o sétimo título, passa o sérvio no ranking e retoma a liderança
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Há a possibilidade de ele igualar outras marcas de Sampras. Caso vença Andy Murray ou Jo-Wilfried Tsonga no próximo domingo, chega aos mesmos sete títulos do americano em Wimbledon e também ficará 286 semanas como número 1 do mundo
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Djokovic conseguiu defender o título do Aberto da Austrália no começo do ano, mas não vai conseguir o bicampeonato de Wimbledon
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A chave da partida foi o serviço de Federer. No primeiro e no terceiro set, acertou mais de 70% do primeiro saque. Quando foi derrotado no segundo, colocou apenas 57% em quadra. Na parcial decisiva ele teve aproveitamento de 54%, mas venceu 12 dos 14 pontos disputados nessa situação
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O suíço estava particularmente calibrado no primeiro set. Conseguiu cinco pontos direto do saque e acertou 75% do primeiro serviço
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Conseguiu um break point no sexto game quando Djokovic tentou subir à rede, mas caiu. Depois, o sérvio errou um forehand e perdeu o saque. Em 5/3, acertou dois aces e abriu 1 a 0
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O seu desempenho caiu vertiginosamente no set seguinte. Ele jogou praticamente o primeiro game inteiro com o segundo serviço e cedeu três break points
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Djokovic aproveitou uma direita na rede do adversário para conseguir a quebra e empatar a partida
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O suíço teve a oportunidade de quebrar o rival no segundo game, mas errou um forehand fácil e a desperdiçou. Os dois cederam break points. Enquanto Federer salvou com excelentes primeiros serviços, Djokovic utilizou o físico e venceu um rali impressionante
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O lance decisivo aconteceu em 15/30 com Federer vencendo a parcial por 5 a 4. Djokovic errou um smash e cedeu dois set points. Ele salvou o primeiro com uma direita vencedora, mas permitiu que o suíço assumisse o ponto e subisse à rede. Ironicamente, o segundo do ranking fechou o set com um smash
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O erro não forçado minou a confiança de Djokovic, que cedeu três break points em seu primeiro game de serviço no quarto set. Conseguiu evitar a conversão do primeiro com um golpe fundo, mas jogou uma direita para fora. Federer confirmou seus saques e voltou a vencer o sérvio
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O maior vencedor de Grand Slams pode quebrar um jejum de mais de dois anos sem ganhar esse tipo de campeonato. O último foi o Aberto da Austrália de 2010. Ele teve a oportunidade em Roland Garros, na temporada passada, mas foi derrotado pelo espanhol Rafael Nadal
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Nesta sexta-feira, o duelo entre o suíço e Djokovic tornou-se o que mais vezes aconteceu em Grand Slams. Foi o 11º jogo entre eles, superando Federer x Nadal e Ivan Lendl x John McEnroe. Federer conseguiu sua 15ª vitória sobre o sérvio em 27 partidas e amenizou a desigualdade no histórico recente: havia perdido seis dos últimos sete encontros