Surfe: Campeão cita luta contra racismo como 'virada de chave' para conquista de circuito

5º colocado na etapa de Fortaleza, Weslley Dantas foi coroado campeão do Circuito Banco do Brasil de Surfe 2025

14 dez 2025 - 15h38
(atualizado às 18h05)
Resumo
Weslley Dantas foi coroado campeão do Circuito Banco do Brasil de Surfe 2025, destacando sua luta contra o racismo como um fator transformador em sua trajetória. Além disso, a etapa final na Praia do Futuro celebrou os títulos de Juliana Santos e Michel Roque, com grande impacto esportivo, social e sustentável promovido pela competição.
Weslley Dantas é coroado campeão do Circuito Banco do Brasil de Surfe 2025 após a etapa na Praia do Futuro, em Fortaleza (CE)
Weslley Dantas é coroado campeão do Circuito Banco do Brasil de Surfe 2025 após a etapa na Praia do Futuro, em Fortaleza (CE)
Foto: Gabriel Gatto/Terra

Weslley Dantas é o grande campeão do Circuito Banco do Brasil de Surfe 2025. A vaga nas quartas de final do torneio na Praia do Futuro, em Fortaleza (CE), deu o título antecipado do circuito, válido pelo Qualifying Series da WSL, ao surfista de Ubatuba (SP), que foi coroado após ficar com a 5ª colocação no torneio cearense neste domingo, 14.

Ao Terra, Weslley deu detalhes sobre como 'virou a chave' para atingir marcas expressivas no surfe, visando a elite mundial da modalidade, em sua luta contra o racismo as questões mentais provocadas pela discriminação. 

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"[Entre as dificuldades], acho que minha cor e o mental que isso causou. Acho que foi o mais difícil para mim. Quando superei isso, parece que é onde virei a chave, onde ficou mais fácil, então foi o momento que estive mais com Deus, que Ele me explicou que o mundo é difícil. A gente passa por diversas coisas", citou. 

O campeão também citou o ano de 2020, quando performava bem até que teve que paralisar as competições por conta da pandemia de covid-19. 

"Eu estava bem, não tinha começado, ainda, o Challenger Series, e eu tinha feito um 2º colocado em Fernando de Noronha. Aconteceu a pandemia e todo mundo se deu mal. Foi com tudo que eu sentia, sofria, que comecei a perceber Deus do meu lado, que as coisas ficaram mais leve e começou a acontecer o que vem acontecendo", explicou. 

Patrocinado pelo cantor L7NNON e tendo Pedro Scooby como mentor, o surfista citou os parceiros como fatores que engrandecem sua carreira e exaltou a conquista do circuito. 

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"Só tenho a agradecer  a eles pelo patrocínio. Quando começou o circuito, foi um sonho pensar em hoje e o troféu na minha mão. Quando a gente está ali na água, é muita energia, coração, é tudo em jogo ali. Quando ganha algo como esse troféu, parece que você recupera tudo que guerrilhou, o que sofreu, então para mim é gratificante", afirma. 

"Eu acho que às vezes faltava cabeça, uma questão física, mas na real acho que faltava Deus, que foi o que faltou pra dar aquele pingo no I. E Graças a Deus a gente vem mostrando aí o resultado que está fazendo", finaliza. 

O Circuito Banco do Brasil de 2025 também teve como campeã a peruana Daniella Rosas, que não participou da etapa na capital cearense. 

Michel Roque e Juliana Santos faturam título da WSL na Praia do Futuro
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WSL celebra impacto de circuito que corre litoral brasileiro

A liga, por sua vez, também celebrou a conclusão do Circuito Banco do Brasil de Surfe que, em 2025, percorreu cinco cidades do litoral brasileiro, com o Ceará como palco da decisão. Desde 2022, são 18 etapas realizadas em 12 'picos' diferentes. 

Ao Terra, Ivan Martinho, presidente da WSL na América Latina, destacou o impacto do circuito para as comunidades locais e aos atletas que buscam a ascensão no surfe: "Estamos falando de 2 mil inscrições, mais de 600 atletas, com uma grande parcela abaixo de 18 anos, ou seja, essa é justamente o intuito, revelar os talentos da nova geração, de fazer a sucessão da Brazilian Storm". 

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"O circuito tem preocupações com vários impactos, primeiro o esportivo, de trazer e dar oportunidade para meninos e meninas do Brasil inteiro. Tem o social, por onde a gente passa, geramos emprego. São mais de 60 profissões que cada evento emprega, todos são impactados efetivamente", acrescenta. 

Martinho também detalhou o trabalho de sustentabilidade realizado em cada etapa: "99% do que é usado no evento é reaproveitado, só 1% vai para descarte. É algo que está na nossa missão, e a gente quer continuar, 2026 tem mais por aí". 

Pódio da etapa da Praia do Futuro, em Fortaleza (CE), do Circuito Banco do Brasil de Surfe 2025: os campeões Juliana Santos e Michel Roque, os vices Silvana Lima e Cauã Costa, e Weslley Dantas, campeão geral do circuito
Foto: Gabriel Gatto/Terra

Como foi o fim da etapa da WSL na Praia do Futuro

Neste domingo, foram revelados os últimos campeões da etapa do Circuito Banco do Brasil de Surfe de 2025. A disputa começou quente logo nas primeiras baterias do dia, com a definição dos semifinalistas. 

Nas finais da competição, quatro cearenses avançaram para a briga pelo título da Praia do Futuro: entre as mulheres, Silvana Lima e Juliana Santos se enfrentaram e, entre os homens, a disputa ficou entre Cauã Costa, embaixador da etapa, e Michel Roque. 

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Na final feminina, Juliana Santos venceu a veterana para faturar o troféu. Sob olhares atentos da torcida local e da própria família, que se emocionou após a classificação da surfista para a decisão, Juliana dominou a bateria desde o início e, com a troca de notas, levou o título com o somatório de 10.50, contra 5.70 de Silvana Lima.

Já na decisão masculina, Michel Roque levou a vitória em grande estilo. O veterano teve uma das maiores somatórias gerais do evento, 14.67, contra 9.73 do adversário, e contou com apoio massivo da torcida local a cada onda surfada no pico.

Além dos 2.000 pontos no ranking do Qualifying Series sul-americano da World Surf League, os campeões também faturaram prêmio de R$ 10 mil com a conquista.

Fonte: Portal Terra
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