Banido do esporte por participar do mais sofisticado esquema de doping da história do ciclismo, Lance Armstrong pode estar arquitetando sua última cartada para tentar retomar a carreira. Segundo o jornal americano The New York Times, o ex-ciclista pretende confessar que utilizou substâncias ilegais para poder voltar a competir.
A ideia de Armstrong, de acordo com o jornal, é admitir toda a fraude desmascarada pela Agência Antidoping dos Estados Unidos (Usada) com o intuito de abrandar a punição sofrida, que o impede de disputar qualquer competição esportiva.
Além disso, o ex-ciclista estaria sendo pressionado por pessoas ligadas a Livestrong, fundação que ele criou após superar um câncer nos testículos. A entidade, fundada em 1997 e destinada a ajudar pessoas com câncer, tem perdido apoio desde que o escândalo relacionado ao seu fundador veio à tona.
Perguntado pelo The New York Times se Armstrong confessaria ter competido dopado ao longo da carreira, o advogado do ex-ciclista, Tim Herman, afirmou que seu cliente "tem que falar por ele mesmo sobre o assunto".
Heptacampeão da Volta da França - títulos que lhe foram confiscados após o caso de doping - Armstrong tem atualmente 41 anos. A Agência Mundial Antidoping prevê redução de pena para atletas que confessarem o uso de substâncias proibidas, apresentado detalhes de como o infração foi cometida, quais eram os envolvidos e como a fraude foi mantida em sigilo.
Ainda de acordo com especialistas ouvidos pelo jornal americano, no entanto, a punição nestes casos seria, na melhor das hipóteses, reduzida para oito ou quatro anos de afastamento do esporte.
RELEMBRE O CASO
Em agosto de 2012, a Usada divulgou um dossiê de mais de mil páginas com depoimentos e outras evidências de que Lance Armstrong seria o centro de uma grande rede de doping. No documento, a agência afirmava que se tratava do "programa de doping de mais sucesso, mais sofisticado e profissional que o esporte jamais viu".
Dois meses depois, a União Ciclística Internacional (UCI) acatou o relatório da Usada e baniu o atleta do esporte. Ele ainda perdeu os sete títulos que detinha da Volta da França, conquistados de forma sucessiva de 1999 a 2005.