Patrick de Paula, atualmente no Estoril, busca recomeço na Europa após passagem marcada por lesões no Botafogo; o volante se destacou no Palmeiras, onde conquistou títulos como a Libertadores.
Aos 26 anos, Patrick de Paula quer abrir as portas da Europa com a camisa do Estoril, de Portugal. O meio-campista, que se apresentou ao mundo com uma ascensão meteórica e títulos pelo Palmeiras no início da carreira, desembarcou no Velho Continente em julho após uma passagem marcada por lesões no Botafogo.
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Desde que se juntou ao clube português por empréstimo, o atleta nascido no Rio de Janeiro tem batalhado por seu espaço. Mesmo que ainda não tenha se firmado entre os titulares, a adaptação tem sido positiva tanto dentro quanto fora de campo.
“Fico feliz pelo meu começo de temporada, com gols e assistências [pelo Botafogo]. Chegaram outras propostas também, mas escolhi Portugal porque é a porta da Europa. É mais fácil para eu me adaptar por causa da língua e da cultura. É uma liga boa, um campeonato bom e uma boa vitrine para quem quer rodar o mundo, quem quer realizações”, conta em conversa com o Terra.
Na terra de Cristiano Ronaldo e Eusébio, o camisa 45 destaca a dinâmica do jogo como a principal diferença para o futebol brasileiro. Para ele, o jogo em Portugal é mais tático e controlado.
Em meio às diferenças dentro de campo, Patrick tem no Estoril uma oportunidade de se mostrar para o futebol europeu, onde já foi desejado por gigantes do continente. Em 2020, seu primeiro ano como profissional, ele teve o nome ligado a equipes como Inter de Milão, da Itália, e Benfica, de Portugal. O negócio que ficou mais perto de se concretizar, no entanto, foi com o Atlético de Madrid, da Espanha.
“Teve o Atlético de Madrid, se não me engano, que chegou mais próximo. Teve conversa com o Palmeiras e com meus empresários. A gente estava em jogos de mata-mata, em final de Libertadores [2020]. O clube escolheu não me liberar, eu estava jogando bastante. Todo jogador sonha em rodar o mundo junto com a sua família. Era um desejo meu buscar novos desafios, mas o Palmeiras escolheu não me liberar e eu entendo. É o clube que me formou e eu estava bastante feliz. Eles conversaram comigo sobre o projeto que tinham para mim. Isso me ajudou a crescer. Naquele momento, o Palmeiras, meus empresários e eu decidimos ficar”, recorda sobre a quase ida para o futebol espanhol.
Sem a liberação do Palmeiras, o volante permaneceu no Allianz Parque e fez história. Com 103 jogos disputados, ele viveu o ponto alto de sua passagem pelo clube justamente na conquista da Libertadores de 2020 sobre o Santos, que por pouco não ficou fora devido à negociação com o futebol europeu.
“Foi um sonho que sempre almejei. Eu estava nervoso nos dois, três dias antes da final, porque sonhei com aquilo e sabia que ia chegar naquele momento. Foi mais especial pra mim porque a final foi no Maracanã, na cidade em que nasci. Era pandemia, minha família não pôde ir, assistiram o jogo de casa. Minha família sonhou aquilo comigo e eu queria que eles estivessem no estádio, mas infelizmente teve a pandemia. Desde criança sonhei em realizar aquilo”, destaca.
Já sem o mesmo protagonismo do primeiro troféu, o volante voltou a conquistar a América na edição seguinte do torneio, contra o Flamengo. Pelo Verdão, além das Libertadores, ele alcançou os títulos da Copa do Brasil (2020), Recopa (2022) e bicampeonato Paulista (2020 e 2022).
Apesar de oscilar entre a titularidade e o banco de reservas nas últimas dessas conquistas, Patrick continuou sendo desejado pelo mercado e foi negociado junto ao Botafogo por 6 milhões de euros (R$ 36,8 milhões, na cotação atual), então contratação mais cara da história do Glorioso. A volta para a cidade que nasceu, porém, ficou aquém do esperado.
Ainda em seu primeiro ano em General Severiano, ficou um mês fora de combate por causa de uma paralisia de Bell. No começo da temporada seguinte, uma cirurgia no joelho o tirou de campo por cerca de 400 dias. Neste momento, nada mais fazia sentido e uma ajuda importante apareceu: a da terapia.
“Tudo aconteceu muito rápido na minha vida. Jogar num clube grande, ganhar títulos, ser famoso, começar a ganhar dinheiro. Começou tudo muito rápido e eu tinha que achar um equilíbrio. Meu staff conversou comigo e aceitei a proposta. Foi melhor pra mim também, me ajudou bastante. Também teve o fator da lesão, que foi onde eu fiquei bastante chateado e caí dentro também para ter terapia. Posso dizer que a terapia me ajudou demais, me ajudou a recuperar a lesão, me ajudou a ser uma outra pessoa. Tive mais maturidade”, destaca.
Antes da procura por ajuda psicológica impulsionada por seu estafe, Patrick contou com apoio de nomes como dos treinadores Vanderlei Luxemburgo e Abel Ferreira no Palmeiras, além do coordenador técnico da base do Verdão, João Paulo Sampaio, a quem considera um ‘paizão’ desde que chegou ao Palmeiras, aos 18 anos.
“O João Paulo me ajudou o máximo no Palmeiras. Foi o cara que me aprovou, me viu crescer e evoluir. Ele dava bronca quando era o momento de dar bronca e elogiava quando tinha que elogiar. Posso dizer que é um paizão para todo jovem que sonha ser jogador. Ele está sempre perto. Está sempre apoiando. Ele me ajudou bastante a evoluir como homem e como jogador também”, completa.
O período em que mais esteve perto do coordenador de base foi quando assumiu a braçadeira de capitão da equipe sub-20 do Palmeiras. As conversas sobre a responsabilidade que carregava guiaram seus primeiros passos no futebol.
Hoje, quase seis anos após sua estreia como profissional, Patrick quer seguir amadurecendo neste recomeço de carreira para, quem sabe no futuro, voltar a ser procurado por gigantes do futebol europeu.