O Fortaleza saiu da Vila Belmiro com a sensação de que está, finalmente, voltando a se reconhecer, mas sem o alívio que os três pontos trariam.
O empate em 0 a 0 com o Santos, neste sábado (1), manteve o time em situação delicada na tabela, ainda próximo da zona de rebaixamento, mas reforçou uma percepção: sob o comando de Martín Palermo, a equipe começa a reencontrar seu eixo competitivo.
Se diante do Flamengo, na rodada anterior, o time havia mostrado intensidade e organização, na Vila Belmiro mostrou algo ainda mais valioso: consistência. O Fortaleza foi sólido, controlou os espaços e praticamente não sofreu perigo, ainda que tenha falhado na hora de transformar domínio em vantagem. Pela segunda vez consecutiva, a atuação convenceu mais que o resultado.
A mudança de postura não é apenas tática. Palermo conseguiu devolver ao grupo a sensação de estabilidade, algo que o torcedor não via há meses. O argentino repetiu a escalação, manteve a estrutura e fez o time jogar com convicção.
Brenno vive grande fase no gol; Brítez e Titi voltaram a transmitir segurança; Pochettino se tornou peça-chave na criação. Falta, porém, o toque final: a capacidade de decidir jogos que se apresentam equilibrados.
E é justamente aí que mora o drama. Porque, embora o Fortaleza pareça mais time, o campeonato não espera. A equipe acumula empates, soma pouco e ainda convive com o risco real de rebaixamento. A solidez recém-adquirida precisa, urgentemente, se traduzir em vitórias, principalmente antes do Clássico-Rei, que pode redefinir o ânimo e o destino da temporada.
O Fortaleza de Palermo dá sinais de vida, mas ainda luta para sair do sufoco. O caminho está traçado; o problema é que o tempo, e a tabela, seguem impiedosos.
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