A Conmebol anunciou nesta terça-feira (27) que a segunda partida da final da Copa Libertadores da América, entre River Plate e Boca Juniors, será disputada no fim de semana de 8 e 9 de dezembro, fora da Argentina.
Em carta entregue aos presidentes dos dois clubes, o mandatário da entidade, Alejandro Domínguez, afirmou que, dados os "fatos de violência ocorridos em Buenos Aires" no último sábado (24), é "prudente que a partida não se jogue no país".
A Conmebol cita o artigo 35 do regulamento da Libertadores, que afirma que, caso haja alguma dificuldade para disputar determinado jogo na sede, na data e no horário estipulados, "ficará ao exclusivo juízo" da entidade "adotar as modificações que julgar pertinentes".
"A partida de volta da final da Libertadores será entre os dias 8 e 9 de dezembro, em horário e sede a serem definidos em breve", diz a carta, acrescentando que a Conmebol bancará as despesas de viagem, hospedagem e alimentação de até 40 pessoas por delegação.
Até o momento, sabe-se que três estádios no exterior, em Gênova (Itália), Belo Horizonte (Brasil) e Miami (EUA), se ofereceram para sediar a partida entre Boca e River, mas fala-se também no Paraguai.
Essa é a última edição da Libertadores com final em duas partidas, já que, a partir de 2019, a decisão será em jogo único. A final acontecerá a menos de uma semana do início do Mundial da Fifa, em 12 de dezembro, e a 10 dias da estreia do representante sul-americano na competição, em 18 do mesmo mês.
Confusão
O ônibus do Boca foi apedrejado pela torcida do River nos arredores do Monumental de Núñez, e dois jogadores acabaram feridos, incluindo o capitão Pablo Pérez, atingido no olho por estilhaços de uma janela.
Outros atletas foram afetados por gás de pimenta, usado pela polícia para tentar conter os torcedores. A Conmebol só anunciou às 20h30 o adiamento da partida para domingo (25), sendo que o jogo estava marcado para as 18h.
No entanto, o Boca pediu a suspensão da partida à Conmebol e punições ao River Plate por causa dos incidentes do sábado. Em nota oficial, o clube xeneize disse que não havia "igualdade de condições" para a realização do jogo.
"Após os atos de violência sofridos nas imediações do estádio, de ter constatado a gravidade dos mesmos e as consequências que geraram no elenco, o Boca considera que essas condições não estão dadas e solicita a suspensão da partida, bem como a aplicação das sanções correspondentes previstas no Artigo 18", diz o comunicado.
O artigo 18 do regulamento disciplinar da Conmebol prevê punições que vão de simples advertência até a desqualificação de uma equipe por infrações às normas da entidade. O Boca tenta usar o precedente de 2015, quando foi excluído da Libertadores após jogadores do River Plate terem sido atacados com spray de pimenta dentro de La Bombonera.
