Cruzeiro de Deivid valoriza posse e trocas de passes, mas sofre para finalizar

Desde que assumiu o Cruzeiro, o técnico Deivid tem procurado fazer a equipe celeste aliar um alto domínio de posse de bola a um futebol agressivo em termos ofensivos. O objetivo traçado pelo jovem treinador de 36 anos tem mostrado resultado, mas apenas em parte da teoria. De acordo com dados do site Footstats, nos […]

23 abr 2016 - 08h05

Estratégia traçada por Deivid não vem dando o resultado desejado na Toca da Raposa (Pedro Vilela/Light Press)

Desde que assumiu o Cruzeiro, o técnico Deivid tem procurado fazer a equipe celeste aliar um alto domínio de posse de bola a um futebol agressivo em termos ofensivos. O objetivo traçado pelo jovem treinador de 36 anos tem mostrado resultado, mas apenas em parte da teoria.

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De acordo com dados do site Footstats, nos 16 jogos que Deivid esteve à frente do Cruzeiro – não foi considerado o amistoso contra o Rio Branco-ES, no começo do ano –, o time celeste teve mais posse de bola que o adversário em 14 partidas. Diante disso, na grande maioria dos duelos em que teve maior posse, a equipe cruzeirense também arriscou muitos mais passes que seus oponentes, ficando atrás neste quesito apenas na vitória por 3 a 2 sobre o Boa Esporte, pela última rodada da primeira fase do Campeonato Mineiro.

Tendo em vista estas estatísticas, o Cruzeiro é superior em média de posse de bola e também em média de tentativas de passes em relação aos seus adversários neste ano. Ainda assim, a estratégia de Deivid acaba por falhar em virtude de um detalhe: a equipe não traduz o domínio territorial em um número equivalente de finalizações. O time arrisca passes demais e finaliza de menos. Em termos gerais, a Raposa tenta quase 33 passes até arrematar, enquanto que seus adversários fazem o mesmo com 26

Na semifinal, contra o Coelho, Cruzeiro teve mais posse, arriscou o dobro de passes, porém finalizou menos (Pedro Vilela/Light Press)

Tal questão ficou muito bem ilustrada ao ser analisado o primeiro jogo das semifinais do Campeonato Mineiro, quando o Cruzeiro perdeu por 2 a 0 para o América-MG, no último domingo, no Independência. Mesmo tendo maior posse de bola (65% a 35%), o time celeste finalizou menos que o Coelho (9 contra 10 chutes a gol).

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Durante a partida, o Cruzeiro arriscou mais que o dobro de passes que o América-MG (543 contra 205), porém, para cada finalização, o time celeste precisava tentar 60 passes, enquanto que o Coelho fazia isso com cerca de 20. Preso na marcação adversária, o time celeste não arrematava, trabalhando a bola de forma inofensiva na defesa, enquanto que o rival mineiro mostrava mais agressividade nos contra-ataques, aproveitando cada oportunidade para chutar a gol.

A falta de objetividade, inclusive, vem sendo um dos sintomas da estratégia traçada por Deivid. Levando ao pé da letra a filosofia do treinador, a equipe cruzeirense tem preferido passar a finalizar, especialmente quando tem a chance de arrematar de longa distância. Não à toa, dos 24 gols marcados pela Raposa em 2016, nada menos que 23 foram assinalados de dentro da área adversária.

Deivid espera que estratégia dê certo neste domingo (Pedro Vilela/Light Press)

Frente à tantos números, o técnico Deivid espera que a equipe consiga impor a sua estratégia de jogo de forma mais eficiente e agressiva neste domingo, logo contra o América-MG, às 16h (de Brasília), pela partida de volta das semifinais do Campeonato Mineiro. Vale lembrar que o Cruzeiro precisa vencer por, no mínimo, dois gols de diferença para chegar à decisão do Estadual.

“Temos conversado sobre a posse de bola aguda. Tem que ser aguda para agredir o adversário. Não adianta ter a posse de bola à toa. Em alguns momentos nesses últimos dois jogos (contra América-MG e Campinense, este último na quarta passada), tivemos a posse de bola somente por ter a posse de bola. Parece que não temos ambição, mas temos ambição”, colocou.

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‘A posse de bola é para induzir o adversário a marcar e abrir mais espaço. Tivemos essa dificuldade. Estamos cientes do que temos que fazer: passar para a final. Temos que resumir tudo fazendo um grande jogo”, completou.

Gazeta Esportiva
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