O anúncio oficial de Tite como novo técnico do Cruzeiro, confirmado nesta terça-feira (16), reabriu feridas profundas no Parque São Jorge. Enquanto a torcida celeste celebra a chegada do comandante para 2026, uma parcela significativa dos corintianos digere a notícia com amargura. O maior porta-voz desse descontentamento foi Marcelinho Carioca. O eterno ídolo alvinegro não poupou críticas à conduta do treinador e disparou declarações contundentes durante participação no programa "SportsCenter", demonstrando que a recusa de Tite ao Corinthians em abril deste ano ainda não cicatrizou.
A mágoa de Marcelinho Carioca remete ao momento delicado que o Timão viveu após a saída de Ramón Díaz. Naquela ocasião, a diretoria tratou Tite como o plano A, B e C para salvar a temporada. O treinador, no entanto, interrompeu as negociações alegando a necessidade de cuidar da saúde física e mental após sofrer uma crise de ansiedade. Para o "Pé de Anjo", o fato de o técnico aceitar o projeto do Cruzeiro meses depois soa como ingratidão.
"O momento que o Corinthians mais precisou ele recebeu um não. Ele (Tite) cuspiu no prato que comeu, o Corinthians o levou para a Seleção Brasileira", disparou Marcelinho.
O ex-jogador argumentou que o clube paulista serviu como trampolim para a projeção internacional de Tite e que, na hora da dificuldade, o técnico virou as costas. Marcelinho também revelou que, nos bastidores, o nome do treinador já não era unanimidade justamente por essas posturas recentes.
Tite já recusou Corinthians mais de uma vez
Vale lembrar que o histórico de "nãos" de Tite ao Corinthians não se resume a 2025. Em 2023, dirigentes procuraram o profissional duas vezes, mas ouviram recusas baseadas no argumento do "ano sabático". Contudo, ao final desse mesmo ano, o treinador aceitou uma proposta do Flamengo e a torcida nunca esqueceu o episódio.
Essa sequência de rejeições contrasta com a biografia vitoriosa que ele construiu no clube. Tite é o técnico com mais títulos na história alvinegra, somando seis conquistas — incluindo a inédita Libertadores e o Mundial de Clubes — em 378 partidas disputadas.
Agora, Tite assume o lugar do português Leonardo Jardim no Cruzeiro, com a missão de comandar a equipe mineira na próxima temporada. Para Marcelinho e parte da Fiel, resta a sensação de que a idolatria construída no passado sofreu um arranhão irreparável diante das escolhas profissionais recentes do treinador.
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