A Seleção Brasileira encerrou seu ano com mais duas vitórias – 4 a 0 sobre a Turquia e 2 a 1 sobre a Áustria –, e agora Dunga terá quatro longos meses para pensar em sua próxima convocação, em março de 2015. Mas quem subiu e quem desceu no conceito do treinador nessa última excursão? Veja o desempenho de cada um dos 23 jogadores a seguir.
Goleiros
Diego Alves – EM ALTA
Titular nas duas partidas, não foi exigido muitas vezes contra Áustria e Turquia, mas fez intervenções seguras quando precisou. Homem de confiança de Dunga, deve voltar mais vezes. Apesar do ótimo retrospecto defendendo pênaltis, não conseguiu pegar a cobrança do austríaco Dragovic.
Rafael Cabral – NA MESMA
Esperava-se que fosse o titular, já que estava presente em convocações anteriores, mas ficou o tempo inteiro no banco. Treinou bem e deve se manter no grupo.
Neto – EM BAIXA
Assim como Rafael, não teve oportunidade de entrar em campo, mas foi seguro nos treinos. Porém, quando Dunga puder chamar novamente Jefferson à Seleção, é mais provável que seja na vaga de Neto.
Laterais
Danilo – NA MESMA
Se manteve dono da lateral direita mesmo sem exibições brilhantes. Foi sólido na defesa e participou bem do ataque contra a Turquia, mas contra a Áustria teve problemas na marcação diante da habilidade de Arnautovic.
Mário Fernandes – NA MESMA
Não teve oportunidade de entrar em campo, nem chamou muita atenção nos treinos. A lateral direita ainda é uma posição aberta a novos nomes, especialmente para a reserva.
Filipe Luís – EM ALTA
Seu estilo representa a filosofia de Dunga em campo: sólido na marcação, incansável nos treinamentos, pensa sempre primeiro na equipe e depois no individual. Não tem o brilho técnico de Marcelo, mas compensa com entrega e posicionamento.
Alex Sandro – NA MESMA
Cortado em sua primeira convocação com Dunga, para os jogos contra Colômbia e Equador, desta vez o lateral fez parte do grupo, mas não teve chance de jogar. Treinou bem e tem boas possibilidades de voltar.
Zagueiros
Miranda – EM ALTA
O pilar defensivo da Seleção, não errou praticamente nenhuma bola nas duas partidas. Seu estilo sério e comedido completa bem o ímpeto às vezes exagerado de David Luiz. Sentiu lesão muscular no primeiro tempo contra a Áustria, mas estará pronto para a próxima convocação.
David Luiz – EM ALTA
Velocidade, força e técnica todos sabem que ele tem. Os erros de posicionamento e a precipitação em deixar a linha defensiva também têm diminuído sob o comando de Dunga. Fez duas excelentes partidas e se manteve incontestável como titular.
Thiago Silva – EM BAIXA
Quando teve a oportunidade de jogar contra a Áustria, depois da lesão de Miranda, foi bem e mostrou a classe que o levou a ser considerado um dos melhores do mundo. O que torna ainda mais inexplicável a atitude fora de campo: reclamou da perda da faixa de capitão, criou turbulência no ambiente da Seleção e fez Dunga dizer em público que a hierarquia é importante e "ninguém é dono de nada". Se já estava difícil retomar a titularidade com as excelentes fases de Miranda e David Luiz, certamente esse episódio não ajudou.
Marquinhos – NA MESMA
Com três zagueiros do quilate de Miranda, David Luiz e Thiago Silva na concorrência, e Dunga mexendo no time o mínimo possível, é difícil para Marquinhos conseguir jogar. Mas o garoto mostrou personalidade nos treinos e entrevistas e é um nome para o futuro.
Volantes
Luiz Gustavo – NA MESMA
Mais um titular incontestável no time de Dunga. Faz o mesmo jogo que fazia com Felipão: se mantém fixo à frente da zaga, combate ferozmente no meio-campo e ajuda os zagueiros na saída de bola. Nada espetacular, mas cumpre seu serviço muito bem.
Fernandinho – EM ALTA
Mostrou que não pode ser reserva em uma Seleção que quer jogar um futebol de mais troca de passes e domínio no meio-campo. É o volante brasileiro com mais dinâmica de jogo e qualidade de passe, de longe. Também é firme na marcação – às vezes até exagera nas entradas.
Fred – NA MESMA
Convocado na vaga do lesionado Rômulo, mostrou potencial nos treinos e teve oportunidade de jogar alguns minutos nos dois jogos. Pode ser que perca a vaga entre os 23 quando todos os atletas estiverem novamente à diposição.
Casemiro – EM BAIXA
Outro que teve oportunidade de entrar nas duas partidas, não conseguiu mostrar muita coisa. Nos treinos, muitas vezes pareceu desligado, em um ritmo abaixo dos colegas. Precisa de mais para se firmar.
Meias
Willian – EM ALTA
Fez uma partida excelente contra a Turquia, quando distribuiu dribles, fez um gol e foi o melhor em campo ao lado de Neymar. Já contra a Áustria, sofreu com a marcação mais forte e perdeu muitas bolas. Mas o saldo é positivo, e Willian pode se considerar titular pela meia direita da Seleção.
Oscar – NA MESMA
Ao contrário dos jogos anteriores com Dunga, Oscar foi escalado aberto pela esquerda para acomodar Neymar e Luiz Adriano em posições mais centrais. Seu jogo sofre quando ele tem que guardar posição e marcar pelos lados, mas mesmo assim cumpriu suas tarefas com disciplina. Brilhou menos que Neymar e Willian na frente, mas está firmado no time titular.
Douglas Costa – EM ALTA
Entrou muito bem nos dois jogos e colocou uma pulga atrás da orelha de Dunga. Se Oscar ou Willian baixarem de rendimento, é ele quem deverá ter uma chance entre os titulares. Muito rápido e habilidoso com a perna esquerda, deu uma alternativa ao ataque repleto de jogadores destros na Seleção.
Talisca – EM BAIXA
Chamado na vaga de Lucas, que se machucou, não teve oportunidade de entrar em campo. Conquistou os companheiros com seu bom-humor, mas foi discreto nos treinos. Pode ser um ótimo nome para o futuro, mas não pareceu ter feito o suficiente para se fixar na Seleção agora.
Philippe Coutinho – EM BAIXA
Teve 20 minutos para jogar contra a Turquia e foi bastante discreto. Contra a Áustria, nem entrou. Pareceu ter sido ultrapassado por Douglas Costa na preferência de Dunga, e vai ter que subir o nível de rendimento se quiser continuar tendo chances na Seleção.
Atacantes
Neymar – EM ALTA
Capitão e craque do time, Neymar teve rendimento semelhante ao de Willian: deu show contra os turcos e deixou o estádio ovacionado pela torcida rival, mas apareceu pouco diante da Áustria, que marcou com muita força no centro do gramado. Com Dunga, parece que vai abandonar definitivamente a ponta esquerda para atuar solto no ataque.
Luiz Adriano – EM BAIXA
Não foi mal nas duas partidas que fez como titular, mas também passou longe de brilhar. Correu sem parar, movimentou-se para abrir espaços e ajudou na marcação, mas quase não finalizou, e atrasou alguns contra-ataques da Seleção. Não fez o bastante para impedir o retorno certo de Diego Tardelli à titularidade.
Roberto Firmino – EM ALTA
De surpresa da convocação a herói da vitória contra a Áustria, mostrou por que foi convocado: é um meia-atacante objetivo, que busca sempre o gol e tem excelente finalização. Pintou como boa opção para jogar sem um centroavante clássico quando Diego Tardelli não estiver disponível.