Franco Colapinto foi anunciado nesta terça-feira, 27, como substituto de Logan Sergeant na Williams para a reta final da temporada de 2024 da Fórmula 1. Apesar de uma longa trajetória nas chamadas categorias de base do automobilismo, o argentino ainda é pouco conhecido por parte do público.
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Nascido em Buenos Aires, o piloto de 21 anos será o responsável pelo retorno da Argentina ao grid mais cobiçado do automobilismo após 23 temporadas. O último representante do país na categoria foi Gastón Mazzacane, em 2001.
Para chegar ao topo do esporte a motor, no entanto, Colapinto teve um caminho longo no automobilismo argentino e europeu. De início, competiu em campeonatos locais de kart e fez sucesso com vitórias pela Argentina, incluindo o a vitória na corrida dos Jogos Olímpicos de Juventude de 2018.
Embalado pelo sonho da F1, o ainda jovem piloto deixou a América do Sul aos 14 anos para tentar a sorte nas competições europeias. Conforme contou ao canal TN, o início da vida na Itália não foi das mais tranquilas. Mesmo sem saber o idioma quando se mudou, ele levou o aprendizado do período para a vida.
“[Mudei] sem saber italiano. Saí da escola, dos meus amigos, da minha família, foi difícil. Dormi em uma fábrica onde estive muito envolvido com a mecânica do kart. Sempre quis entrar nisso, entender como poderia ir mais rápido, ou seja, ter mais informações sobre o assunto. Comecei a lavar roupa sozinho, a cozinhar, a me comunicar em outro idioma que não entendia. Aprendi muito com essa experiência. Principalmente em tempos difíceis quando você precisa de um abraço, de um amigo, de uma família, até me acostumar com isso. Amadureci como piloto e como pessoa”, explicou Colapinto.
Com vitórias e pódios conquistados pelo Velho Continente, chegou à Fórmula 3 em 2022 pela equipe Van Amersfoort Racing. Em sua temporada de estreia, terminou o campeonato na nona colocação, com um primeiro lugar na corrida sprint de Ímola e Monza, na Itália.
No ano seguinte, Colapinto continuou na F3 e fechou a temporada com a quarta colocação geral, com vitórias em Silverstone, na Inglaterra, e Monza, na Itália. Em 2023, também fez a última etapa da temporada da Fórmula 2 pela MP Motorsport, onde seguiu em 2024.
No momento, o argentino ocupa a sexta colocação do campeonato de Fórmula 2. Nesta temporada, ele venceu novamente a sprint de Ímola.
Paixão além do automobilismo
Assim como a maioria dos argentinos, Colapinto é um apaixonado por futebol. Torcedor declarado do Boca Juniors, ele, inclusive, pilotou com o número 12 na F2 em homenagem ao time, que tem a torcida como o 12º segundo.
“No ano passado, tive a sorte de ter corrido com um número que tanto nos representa aos argentinos por toda a curtição, sucessos e alegrias que os “10” nos trouxeram. Em 2024 não vou poder usar o dez, mas não hesitei em escolher um número com o qual sempre quis correr”, escreveu o torcedor do Boca Juniors em publicação no Instagram.
O anúncio do número 12 teve até uma provocação aos rivais pelo tamanho da torcida xeneize: “Que talvez não represente todos os argentinos, mas sim a maioria... metade e mais um para ser exato, rs”.
Na Fórmula 1, porém, Colapinto usará o número 43 em seu carro.