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Tarifaço: Exportações brasileiras para os EUA desabam 38% em outubro e saltam 33,4% para a China

No geral, balança comercial brasileira registra superávit comercial de US$ 6,9 bilhões no mês passado

6 nov 2025 - 15h35
(atualizado às 16h21)

BRASÍLIA - Diante do tarifaço imposto pelo governo Donald Trump aos produtos brasileiros, as exportações para os Estados Unidos caíram 37,9% em outubro em comparação ao mesmo mês de 2024 - totalizando US$ 2,217 bilhões, o menor volume desde 2020.

Os números foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) nesta quinta-feira, 6.

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Esta é a terceira queda consecutiva nas vendas aos EUA, neste que foi o terceiro mês de vigência da alíquota de 50% aplicada por Trump ao País. No ano (de janeiro a outubro de 2025), as vendas de produtos brasileiros aos EUA caíram 4,5%, somando US$ 31,460 bilhões, ante US$ 32,949 bilhões no mesmo período de 2024.

Já as importações de produtos americanos cresceram 9,6% em outubro em relação ao mesmo mês de 2024. Nos dez meses de 2025, as compras vindas dos EUA cresceram 11,6%, o equivalente a US$ 38,297 bilhões. Neste período, a balança comercial com os EUA apresentou déficit de US$ 6,84 bilhões.

Já as exportações de produtos brasileiros para a China cresceram 33,4% em outubro, somando US$ 9,209 bilhões no mês). Nos dez primeiros meses do ano, as vendas para o país asiático cresceram 1,7%, totalizando US$ 84,733 bilhões.

Pelo lado das importações, houve queda de 3,2% nas compras vindas da China em outubro (totalizando US$ 6,438 bilhões) e alta de 13,0% (US$ 59,852 bilhões) no acumulado do ano.

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Balança comercial tem superávit US$ 6,9 bi em outubro

A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 6,964 bilhões em outubro de 2025, após saldo positivo de US$ 2,941 bilhões em setembro. O valor foi alcançado com exportações de US$ 31,975 bilhões e importações de US$ 25,011 bilhões.

Em outubro, as exportações registraram alta de 9,1% na comparação com o mesmo mês de 2024, com crescimento de 21,0% em Agropecuária, que somou US$ 6,800 bilhões; crescimento de 22,0% em Indústria Extrativa, que chegou a US$ 7,707 bilhões; e, por fim, crescimento de 0,7% em Indústria de Transformação, que alcançou US$ 17,295 bilhões.

O diretor do Departamento de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior, Herlon Brandão, destacou que o crescimento de 9,1% nas exportações de outubro é inédito para meses de outubro, atrás apenas do crescimento registrado no mesmo mês de 2024.

"Tivemos um mês de outubro com exportação crescente e importação em desaceleração", resumiu ele em entrevista coletiva para detalhar os resultados da balança comercial brasileira de outubro, divulgados há pouco pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

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"O que motivou o crescimento das exportações foi, principalmente, o aumento dos embarques", explicou o diretor do Mdic. O volume exportado no mês passado cresceu 10,3%, ao passo que os preços dos bens exportados apresentaram ligeira queda de 0,9%.

Brandão frisou que houve crescimento das exportações das três principais categorias de produto - os bens da Agropecuária cresceram 21,0% em valor, os da Indústria Extrativa cresceram 22,0% e os da Indústria de Transformação cresceram 0,7%. "Todos eles motivados por aumento de volume, com redução de preço apenas para os bens da Indústria de Transformação", acrescentou o técnico.

Segundo ele, ao passo que os volumes crescem, os preços também têm crescido, notadamente na Agropecuária e na Indústria Extrativa.

As importações caíram 0,8% em outubro ante o mesmo mês do ano passado, com crescimento de 3,5% em Agropecuária, que somou US$ 483 milhões; queda de 30,1% em Indústria Extrativa, que chegou a US$ 1,074 bilhão; e, por fim, crescimento de 1,0% em Indústria de Transformação, que alcançou US$ 23,293 bilhões.

"O que levou a essa queda foi a redução do volume das importações de 2,0%", disse Brandão.

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De acordo com o diretor, a desaceleração da importação nos últimos meses está ligada a uma menor atividade econômica e menor demanda de importados.

"A principal determinante da importação é a demanda interna, principalmente a industrial", explicou, lembrando que o Brasil é grande importador de insumos e bens de capital. "Na medida que a economia desacelera, cai a demanda por importados", completou.

Acumulado do ano

No ano, o saldo positivo é de US$ 52,395 bilhões, ante US$ 62,794 bilhões no mesmo período de 2024. Nas exportações, comparado o valor de janeiro a outubro de 2025 (US$ 289,730 bilhões) com o do mesmo período de 2024 (US$ 284,307) houve crescimento de 1,9%.

Em relação às importações, houve crescimento de 7,1% entre o valor dos dez primeiros meses de 2025 (US$ 237,336 bilhões) na comparação com o mesmo período de 2024 (US$ 221,513 bilhões).

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