Petrobras trabalha em plano de gestão para Braskem enquanto aguarda mudança de controle

Plano prevê possibilidade de novos investimentos; estatal deverá nomear diretores e eleger quatro membros para o Conselho de Administração da empresa

17 dez 2025 - 12h04

RIO E SÃO PAULO - A Petrobras trabalha em um plano de gestão da Braskem, que está em processo de transferência de seu controle para um fundo de participações (FIP) sob gestão da IG4 Capital, apurou o Estadão/Broadcast. Com o novo acordo de acionistas já pronto, segundo pessoas a par do assunto, o plano de gestão para a Braskem prevê possibilidade de novos investimentos e traça perspectivas de crescimento.

Procurada, a Petrobras reiterou o comunicado divulgado na terça-feira, 16, no qual afirma avaliar seus direitos previstos no acordo de acionistas da Braskem (leia mais abaixo).

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No final de novembro, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que investimentos na petroquímica não constavam no plano de negócio para 2026 a 2030, entretanto, o assunto seria avaliado com um novo sócio da Braskem se fosse necessário.

O acordo de transferência das ações entre a Novonor, detentora de 50,1% das ações ordinárias da Braskem, e os bancos credores da ex-Odebrecht foi selado no final de semana. As ações da Braskem foram dadas em garantias a empréstimos feitos antes de a então Odebrecht entrar em recuperação judicial, no final de 2019.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard
Foto: Pedro Kirilos/Estadão / Estadão

Todo o movimento dos bancos e da IG4, contratado por eles em agosto, na condução da transferência das ações foi feito em conversas também com a Petrobras, que é dona de 47% das ações ordinárias e 36,1% do capital total.

O Estadão/Broadcast apurou com pessoas ligadas à companhia, que a estatal deverá nomear diretores para as áreas operacionais e industriais e ainda eleger quatro membros para o Conselho de Administração.

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Apesar disso, a Petrobras já se posicionou na direção de, por enquanto, cumprir seus deveres de companhia aberta junto à sua base de acionistas. Na terça-feira, 16, pela manhã, informou que vai avaliar seus direitos de preferência e de venda conjunta (tag-along) previstos no acordo de acionistas da Braskem, que valem em determinadas hipóteses de transferência das ações detidas pela Novonor.

Pelo acordo de acionistas, a Petrobras tem o direito de preferência na aquisição da participação da Novonor nos mesmos termos propostos por um terceiro ou, alternativamente, exercer o direito de venda conjunta de suas próprias ações para a adquirente, sob as mesmas condições.

A Petrobras informou ainda que está acompanhando os desdobramentos do processo e os termos e condições da potencial transação serão analisados para que, no momento oportuno, seja avaliada a eventual decisão de exercer ou não esses direitos.

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