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Moody's deve avaliar rating do Brasil apenas em 2016

A ameaça de rebaixamento pela Moody's amplia a pressão sobre o vencedor da eleição presidencial para mudar o curso das políticas econômicas

30 set 2014 - 14h48
<p>Moody's alertou que pode reduzir o rating "Baa2" do Brasil nos próximos dois anos devido à desaceleração da economia e ao peso da dívida</p>
Moody's alertou que pode reduzir o rating "Baa2" do Brasil nos próximos dois anos devido à desaceleração da economia e ao peso da dívida
Foto: Brendan McDermid / Reuters

A Moody's Investors Service pode esperar até 2016 para decidir se corta o rating soberano do Brasil, afirmou nesta terça-feira o analista da agência Mauro Leos, acrescentando que os gastos do governo brasileiro continuam sendo o "elo mais fraco" no perfil de classificação de risco do País.

A Moody's, que neste mês alertou que pode reduzir o rating "Baa2" do Brasil nos próximos dois anos devido à desaceleração da economia e ao peso da dívida, espera reunir um comitê para discutir o País por volta do primeiro trimestre de 2016.

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"Se não houver surpresas negativas, não vamos reunir um comitê antes dessa data", disse Leos, em evento em São Paulo. "Dissemos antes que não estamos muito otimistas sobre o próximo ano."

O Brasil continua sendo um "caso isolado", com métricas de dívida em média piores do que a de seus pares, disse Leos. Além disso, permanecem preocupações sobre a fraca economia e a cadente confiança do investidor, completou ele.

A ameaça de rebaixamento pela Moody's amplia a pressão sobre o vencedor da eleição presidencial para mudar o curso das políticas econômicas. Nesta terça-feira, o Banco Central informou que o Brasil teve o pior resultado primário da história para meses de agosto, ficando ainda mais distante de cumprir a meta fiscal deste ano, mesmo com manobras contábeis que o governo pretende fazer.

A presidente Dilma Rousseff (PT), que lidera as pesquisas de opinião, já disse que não tem planos de alterar radicalmente as políticas se for reeleita para um segundo mandato de quatro anos. Sua principal adversária, a ex-senadora e ambientalista Marina Silva (PSB) demonstrou mais disposição de cortar gastos.

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No entanto, uma situação econômica atual vai tornar mais difícil para quem quer que ganhe as eleições cumprir as promessas de campanha, disse Leos.

A Moody's vai monitorar a capacidade do próximo governo de cumprir as promessas de campanha e avaliar a reação do mercado a esses anúncios de política para tomar uma decisão, de acordo com Leos.

Ele disse que analistas da agência esperam se reunir com autoridades brasileiras da nova administração em abril, durante reunião do Banco Interamericano de Desenvolvimento na Coreia do Sul, e que outra rodada de reuniões pode acontecer até o final de 2015.

O rating "Baa2" da Moddy's para o Brasil é a segunda menor classificação dentro da faixa considerada como grau de investimento.

A Standard & Poor's reduziu o rating de crédito do País para BBB-, menor nota dentro do grau de investimento, em março. A Fitch Ratings é a única das três grandes agências de classificação a manter perspectiva estável para o Brasil com rating BBB, equivalente ao Baa2 da Moody's.

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