Milei critica Mercosul e diz que relação com União Europeia prova a lentidão do bloco sul-americano

Presidente argentino ainda defendeu, durante plenária da 67ª Cúpula do Mercosul neste sábado, 20, um sistema tarifário moderno, simples, competitivo

20 dez 2025 - 14h26

O presidente da Argentina, Javier Milei, fez uma série de críticas ao Mercosul na sessão plenária da 67ª Cúpula do bloco sul-americano, realizada neste sábado em Foz do Iguaçu (PR). Ele disse que os objetivos da união aduaneira nunca foram atingidos e que há excesso de burocracia interna, o que travou acordos como o com a União Europeia.

"O Mercosul nasceu com uma missão clara de promover o comércio, aumentar a prosperidade, integrar mercados e elevar a competitividade das nossas sociedade e nenhum dos objetivos centrais se cumpriu", disse Milei. "Não há mercado comum, não há livre circulação efetiva, não há coordenação macroeconômica, não há harmonização normativa real, não há incremento significativo de comércio interno, não há abertura suficiente ao mundo", prosseguiu.

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Milei ainda sustentou que há muita burocracia e obstáculos internos. "A flexibilidade é um ativo, não uma ameaça". Ele voltou a defender que cada Estado associado negocie com outros países fora do bloco. "A experiência demonstra que quando o Mercosul tenta avançar de maneira monolítica, os processos se dilatam e as oportunidades se perdem".

Fracasso no acordo com a União Europeia

Milei disse que a tentativa de acordo com a União Europeia (UE) prova a lentidão do Mercosul, pois as décadas de negociação não foram suficientes para materializar o acordo. "Nossos países não têm mais dez anos para desperdiçar em discussões administrativas". E argumentou que o bloco precisa de um sistema tarifário moderno, simples, competitivo.

O vídeo do discurso foi publicado pela comunicação do governo argentino, com atraso. O governo brasileiro transmitiu ao vivo apenas as falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, presidente pro tempore do Mercosul até dezembro, e do ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira.

Coube aos demais países os registros de seus respectivos presidentes. Somente o Paraguai, que assume a Presidência do bloco em janeiro por seis meses, fez a transmissão em tempo real.

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