Como sair do regime CLT e empreender: dicas para fazer a transição

49,8% dos brasileiros planejam empreender; CEO da Di Blasi Pizzas compartilha insights práticos para quem quer fazer a troca

22 out 2025 - 06h29
Resumo
Quase metade dos brasileiros pretende empreender nos próximos anos, e Arnaldo Di Blasi, CEO da Di Blasi Pizzas, destaca a importância de validação do modelo de negócio, aprendizado com erros, estrutura para escalar e valorização de pessoas na transição da CLT para o empreendedorismo.
Foto: Freepik

De acordo com a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor - GEM 2024, o Brasil, que possui 47 milhões de pessoas envolvidas com um negócio, alcançou o maior patamar da taxa de empreendedorismo dos últimos 4 anos, avançando de 31,6% para 33,4% em 2024. Ainda conforme o estudo, 49,8% dos brasileiros são empreendedores potenciais, indivíduos que pretendem abrir um novo negócio nos próximos 3 anos.

Neste cenário, Arnaldo Di Blasi, fundador e CEO da Di Blasi Pizzas, rede de pizzaria que prevê faturar R$ 70 milhões em 2025, lista 4 dicas para quem quer pivotar a carreira, deixar a CLT e empreender. Confira:

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1. Teste o modelo de negócio antes de apostar tudo

Conforme o executivo, para empreender e ter êxito, não basta ter uma boa ideia. “É preciso validar se o produto funciona, se tem margem e se o modelo é sustentável”, afirma Arnaldo. Antes de consolidar a Di Blasi Pizzas como uma rede de franquias, ele viveu essa etapa na prática: a marca nasceu em 2012 como um buffet de pizza para eventos, realizado apenas nos fins de semana, enquanto Arnaldo ainda trabalhava no setor de tecnologia da informação em um banco de investimentos. Essa fase de transição progressiva, segundo ele, é essencial para entender o mercado, ajustar o produto e construir um modelo que se sustente a longo prazo.

2. Comece pequeno e aprenda com os erros

Ao dar os primeiros passos no empreendedorismo, é natural que o entusiasmo fale mais alto, porém, Arnaldo destaca que é fundamental entender que o sucesso raramente acontece de forma imediata. O conselho dele é simples: “comece pequeno, teste, erre e aprenda rápido”. O empreendedor  fala com a autoridade de quem viveu isso na prática quando decidiu deixar o emprego fixo para se dedicar integralmente à Di Blasi Pizzas. Após o destaque no Rock in Rio de 2017, onde sua marca teve o maior volume de vendas na área Gourmet Square, Arnaldo abriu a primeira loja de delivery e descobriu que o modelo exigia ajustes profundos. “Achei que era só embalar a mesma pizza do buffet e enviar para o cliente, mas precisei reformular todo o produto e a operação. Nesse processo, vendi meu videogame, minha moto e até meu carro para sustentar o negócio.  Foi desta forma que eu entendi que empreender é sobre resiliência. É aceitar os erros como parte do caminho e usar cada um deles como combustível para evoluir”, explica. 

3. Ter estrutura para escalar

De acordo com a pesquisa Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma a cada quatro empresas brasileiras empregadoras não sobrevive ao primeiro ano de operação. Neste cenário, o CEO da Di Blasi Pizzas defende um crescimento planejado e que tenha base em processos sólidos. “A estrutura é o que diferencia um negócio duradouro de um sucesso passageiro. Então, para expandir, é preciso ter suporte, sistemas e padrões bem definidos porque mais importante do que abrir novas lojas, é fazer com que a que você já tem, entregue uma excelente experiência ao cliente”, pontua o executivo.

4. Valorize as pessoas

Segundo Arnaldo, o sucesso vem da equipe. Segundo ele, o segredo é fazer com que os colaboradores também se sintam donos do projeto e queiram, verdadeiramente, ajudar. “Por exemplo, em uma pizzaria, não adianta você trazer o molho da Itália, ter o melhor pizzaiolo, fazer a pizza sair da cozinha em 6 minutos se a pessoa que vai entregar o pedido para o cliente não estiver motivada e ter a mentalidade de que tudo bem entregar de qualquer jeito”, comenta o executivo.

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O CEO da Di Blasi Pizzas ressalta que não se trata de treinamento e sim de algo que vai muito além: o tratamento dos indivíduos. “A principal habilidade de um empreendedor não é a técnica e sim a humana. Negócios são feitos por pessoas e, portanto, se você não sabe lidar com pessoas, vai ter dificuldade para crescer porque o bom atendimento começa na forma como você trata quem está do seu lado”, finaliza. 

(*) Homework inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.

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