Inflação e Selic alta prejudicam procura por imóveis no Brasil

20 set 2025 - 05h59
Resumo
Inflação e alta da taxa Selic impactaram significativamente a procura por imóveis no Brasil, com consumidores mais cautelosos, preferência por imóveis residenciais e valorização de áreas externas e home office; preço e localização são os principais fatores de decisão.
Foto: Freepik

A Compre & Alugue Agora, startup que conecta profissionais do mercado imobiliário com clientes, fez um levantamento com mais de mil corretores e corretoras de imóveis em todos os estados do Brasil, traçando um panorama atual do mercado imobiliário. O Radar CAA revela dados sobre o comportamento do consumidor que busca comprar ou alugar imóveis, como o cenário econômico está impactando as negociações, entre outros indicativos importantes para o setor. 

“Com o apoio dos nossos parceiros, os profissionais imobiliários, conseguimos fazer um estudo completo que traz uma leitura muito clara das transformações do setor. Os corretores conhecem de perto os desafios, percepções e expectativas dos clientes e, ao compartilharem esse conhecimento, contribuem para que todo o mercado evolua, fazendo mudanças necessárias” explica Ana Carolina Gozzi, co-CEO  do Compre & Alugue Agora. 

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Imóveis novos são os mais procurados

O Radar CAA mostra que 41% dos corretores identificaram um aumento na procura por imóveis novos em 2025, enquanto 35% apontam maior interesse dos clientes por usados. Para 20% dos profissionais, não há diferença significativa entre as duas modalidades.

Em relação ao tempo para concretizar a venda de imóveis nos últimos 12 meses, a maioria (53%) avalia o período como regular. Outros 26% consideram que as negociações estão lentas, 10% dizem que estão rápidas, 7% classificam como muito lentas e apenas 3% como muito rápidas.

Outro ponto de destaque é o impacto do preço do condomínio: 49% dos entrevistados afirmam que esse fator é decisivo na venda ou locação, 36% entendem que influencia em alguns casos e 12% acreditam que raramente pesa na decisão dos clientes.

O processo de decisão também não é imediato, 37% dos corretores dizem que os clientes precisam de 3 a 5 visitas até decidirem pela compra ou locação de um imóvel. Já 27% apontam que a decisão costuma ocorrer em apenas 1 ou 2 visitas, enquanto 16% relatam que são necessárias mais de 5 visitas para fechar negócio.

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As visitas presenciais seguem predominando no processo de compra e locação: 68% dos corretores responderam que a maioria dos clientes ainda prefere conhecer os imóveis pessoalmente. Para 14%, já existe um equilíbrio entre visitas presenciais e virtuais, enquanto 6% notaram um aumento na procura por visitas online. Apenas 3% relataram que a preferência é majoritariamente por visitas virtuais.

Inflação e taxa Selic impactaram a procura por imóveis

Para 44% dos corretores, a procura por imóveis diminuiu de forma significativa em razão da inflação e do aumento da taxa Selic no preço dos imóveis e no financiamento habitacional. Outros 38% perceberam uma leve diminuição, enquanto 11% afirmam que não houve mudança relevante. Apenas 2% afirmaram que a procura aumentou. 

Quando perguntados sobre os principais obstáculos nas negociações dos últimos seis meses, 27% dos corretores apontaram a dificuldade de acesso ao financiamento como o maior empecilho, 24% citaram os juros elevados e 19% a incompatibilidade dos preços dos imóveis com o mercado.

Além disso, 68% dos corretores afirmam que os clientes estão mais cautelosos do que antes, enquanto 18% percebem que as pessoas estão mais dispostas a negociar e 7% percebem que os clientes têm maior poder de decisão.

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Mesmo em um cenário de inflação, os corretores destacaram que existe uma participação considerável de investidores no mercado imobiliário. Para 38% dos profissionais, a participação de pessoas jurídicas na compra de imóveis é considerada regular, 24% avaliam como alta, 16% classificam como baixa, 9% enxergam como muito alta e 6% a consideram muito baixa.

O que os consumidores desejam nos imóveis

O levantamento também mostrou como a pandemia impactou o perfil das moradias buscadas. Para 30% dos corretores, houve um aumento na procura por unidades com área externa, enquanto 20,6% destacaram a valorização de espaços para home office e 17% perceberam maior interesse por imóveis mais amplos. Além disso, 7% notaram um crescimento na procura por imóveis em regiões menos urbanas.

A proximidade de grandes obras de infraestrutura tem impacto positivo na percepção do mercado imobiliário. Para 45% dos corretores, imóveis próximos a esses empreendimentos registram um efeito positivo significativo nas vendas ou locações, e outros 22,9% apontam um impacto positivo moderado. 11% relataram efeitos negativos no curto prazo, devido a barulho, trânsito e obras em andamento.

Sobre os fatores que mais influenciam a decisão de compra dos clientes, 49% dos corretores apontaram o preço como o principal elemento, seguido pela localização (34,1%). Outros aspectos, como estrutura do imóvel (5%) e segurança (4%), tiveram menor relevância.

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Os imóveis residenciais dominam a preferência dos clientes, segundo 90% dos corretores. Outros tipos de imóveis têm procura bem menor: terrenos (3%), comerciais (2%), imóveis de temporada (1%) e industriais (1%).

Como o setor imobiliário se comunica?

Quando o assunto é geração de leads, 34% dos corretores apontam os portais online como principal fonte de resultados, seguido pelas redes sociais (32%), indicações de clientes (12%) e placas físicas (10%).

Entre as redes sociais, 42% destacam que o Instagram traz mais resultados, depois o WhatsApp (25%), e também o Facebook (18%). Além disso, os profissionais têm investido em mídia paga: 32% afirmam anunciar online com frequência, 31% ocasionalmente, 17% raramente e 11% planejam começar.

Já na comunicação com clientes, os aplicativos de mensagens lideram a preferência: WhatsApp e Telegram somam 88% da escolha dos consumidores para receber informações sobre imóveis. Em seguida aparecem os portais online (5%), e-mail (3%), telefone (2%) e, por último, as reuniões presenciais (0,9%).

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(*) Homework inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.

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