O dólar recuava nesta segunda-feira e voltava a rondar o patamar de 3,25 reais, após o Banco Central voltar a atuar no mercado de câmbio e em meio à cautela com a cena política doméstica, mas com os investidores ainda apostando na continuidade da atual política econômica com foco nas reformas.
O mercado externo também ajudava no movimento, com o dólar recuando ante divisas de alguns países emergentes.
Às 12:05, o dólar recuava 0,51 por cento, a 3,2627 reais na venda, depois de bater 3,2587 reais na mínima do dia. O dólar futuro tinha queda de cerca de 0,70 por cento.
O BC anunciou para esta sessão o início da rolagem do vencimento de agosto de swap cambial tradicional --equivalente à venda futura de dólares. Neste primeiro leilão, vendeu a oferta integral de até 8,3 mil contratos, rolando 415 milhões de dólares do total de 6,181 bilhões de dólares do vencimento do mês que vem.
Se mantiver esse volume até o final do mês, o BC deverá rolar o vencimento integralmente, a exemplo do que fez nos três últimos meses.
"Ao não retirar liquidez do mercado, o BC auxilia na manutenção das taxas pouco abaixo de 3,30 reais", afirmou a corretora Fair em comentário.
Os investidores também trabalhavam atentos ao cenário político doméstico. O foco nesta sessão era a leitura do parecer do relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, Sergio Zveiter (PMDB-RJ), sobre a denúncia contra o presidente Michel Temer por crime de corrupção passiva.
"Embora não tenha o poder de derrubar a mesma, a CCJ tem o poder de impor um viés acerca das expectativas do governo e do mercado para a votação da denúncia", destacou a corretora H.Commcor em relatório.
O Palácio do Planalto acredita que o parecer do relator será favorável à denúncia e, por isso, intensificou as negociações para garantir vitória já na CCJ. Por outro lado, notícias também têm indicado que cresce a articulação política para que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assuma o comando do país no lugar de Temer.
De forma geral, o mercado financeiro já precificou o cenário de que, com ou sem Temer, a atual política econômica continuará e com foco nas reformas, sobretudo a da Previdência, considerada essencial para o controle das contas públicas.
No mercado externo, o dólar caía ante divisas de países emergentes, como o peso mexicano e a lira turca, embora exibisse leve elevação ante uma cesta de moedas.