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Brasil tem 1,7 milhão de trabalhadores de aplicativos digitais, diz IBGE

Contingente de trabalhadores por aplicativo representava 1,9% da população ocupada no setor privado

17 out 2025 - 09h59
Resumo
Brasil conta com 1,7 milhão de trabalhadores por aplicativos, representando 1,9% da população ocupada no setor privado, com maior concentração no Sudeste e 71,1% em situação de informalidade, segundo o IBGE.
Em 2024, o Brasil tinha 1,7 milhão de pessoas que trabalhavam por meio de plataformas digitais e aplicativos de serviços
Em 2024, o Brasil tinha 1,7 milhão de pessoas que trabalhavam por meio de plataformas digitais e aplicativos de serviços
Foto: Reprodução/iStock/vladispas

A população ocupada no setor privado de 14 anos ou mais somou 88,5 milhões de pessoas no terceiro trimestre de 2024. Deste total, cerca de 1,7 milhão realizavam trabalhos por meio de plataformas digitais e aplicativos de serviços, segundo dados do PNAD Contínua: Trabalho por Meio de Plataformas Digitais, divulgado nesta sexta-feira, 17, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com a pesquisa, os trabalhadores que prestavam serviços por meio das plataformas e aplicativos digitais correspondiam a uma fatia de 1,9% de toda a população ocupada no setor privado. Mais da metade (58,3%) exercia o trabalho principal por meio de aplicativos de transporte de passageiros, incluindo tanto táxi quanto veículo de passeio.

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Entre 2022 e 2024, houve crescimento de 25,4% de trabalhadores por aplicativo, que incluem transporte de pessoas, entrega de comida e produtos, serviços gerais ou profissionais, que o IBGE chama na pesquisa de "trabalhadores plataformizados". O número de trabalhadores teve um salto de 1,319 milhão em 2022 para 1,654 milhão em 2024, um aumento de 335 mil trabalhadores. 

Pessoas que trabalhavam por meio de plataforma digital de serviço, segundo o tipo de aplicativo utilizado em 2024
Foto: Divulgação/IBGE

Dentre todos os plataformizados, 878 mil relataram atuação como motorista por aplicativo de transporte particular de passageiros; 485 mil trabalharam como entregadores via aplicativos de entrega de comida, produtos etc.; 294 mil atuaram via aplicativos de prestação de serviços gerais ou profissionais; e 228 mil reportaram ter trabalhado via aplicativo de táxi.

Quanto ao perfil desse trabalhador, 83,9% eram homens, majoritariamente de 25 a 39 anos (47,3%), mais concentrados nos níveis intermediários de escolaridade, com nível médio completo ou ensino superior incompleto (59,3%).

A Região Sudeste detinha o maior contingente de trabalhadores plataformizados no País, 888 mil (53,7% do total), seguida pelo Nordeste (293 mil), Sul (200 mil), Centro-Oeste (149 mil) e Norte (124 mil).

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Renda

Rendimento médio mensal real das pessoas ocupadas por meio de plataforma digital de serviço
Foto: Divulgação/IBGE

Em relação à renda, a pesquisa mostra que o rendimento médio no trabalho principal dos trabalhadores plataformizados era 4,2% superior ao rendimento médio dos demais ocupados do setor privado. Por outro lado, a jornada de trabalho semanal dos plataformizados foi 5,5 horas mais extensa que a dos demais ocupados.

Em 2024, os trabalhadores plataformizados tinham uma renda média mensal real de R$ 2.996, com uma jornada semanal média de 44,8 horas. Já os demais trabalhadores do setor privado, os não plataformizados, tinham uma renda média mensal real de R$ 2.875, mas com uma jornada média de 39,3 horas semanais. 

“Ao analisar o rendimento médio por hora trabalhada, verifica-se que os trabalhadores plataformizados (R$ 15,40/hora) registraram, em média, um rendimento-hora 8,3% inferior ao dos não plataformizados (R$ 16,80/hora)”, diz o IBGE.

Informalidade 

A pesquisa mostra também que a categoria dos trabalhadores de aplicativos se revelou fortemente marcada pela informalidade. Sete em cada dez trabalhadores por aplicativo (71,1%) trabalhavam na informalidade, nem tinham carteira assinada nem possuíam CNPJ. Entre os trabalhadores não plataformizados, a fatia de informais era mais baixa, 43,8%.

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Outro ponto que a pesquisa também chama a atenção é a ausência de qualquer proteção social dos trabalhadores. Mais de 60% das pessoas que trabalhavam por meio de aplicativos de serviços não estavam asseguradas pelo instituto de previdência oficial. Isso significa que seis em cada 10 trabalhadores por aplicativo não contribuem mensalmente para o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

"As plataformas digitais de trabalho, de um lado, têm oferecido oportunidades de geração de renda para muitos trabalhadores e permitido que empresas alcancem novos mercados e reduzam custos, por outro lado, elas também representam um importante desafio, especialmente no que se refere às condições de trabalho", ressalta o IBGE.

Fonte: Portal Terra
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