GENEBRA - O diretor-geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), Willie Walsh, avalia que a Azul e Gol acertaram em não seguir com a fusão dos negócios. Apesar de ver processos de consolidação com bons olhos, o executivo destacou o possível impacto do Chapter 11 em operações desse tipo.
"Não se pode consolidar quando uma das partes enfrenta um grande desafio de reestruturação à frente", afirmou Walsh em conversa com jornalistas na sede da Iata, em Genebra.
A Azul iniciou, em maio deste ano, o processo equivalente à recuperação judicial nos EUA. Cerca de quatro meses depois, anunciou, com a Gol, o encerramento das negociações para uma possível fusão. A expectativa da Azul é sair do Chapter 11 até o início de 2026.
Enquanto isso, o Grupo Abra, controlador da Gol e Avianca, tem avançado no processo de consolidação de companhias latino-americanas. No mês passado, divulgou um acordo para incorporação da chilena Sky.
Para o diretor-geral da Iata, a tendência de consolidação "será útil para a indústria e positivo para os consumidores", principalmente diante dos desafios regionais. "Companhias realmente boas da América Latina enfrentam problemas sobre os quais não têm controle, particularmente a volatilidade cambial, que muitas vezes cria um desafio financeiro", acrescentou.
Nesse cenário, prevê espaço para mais operações de consolidação. "Já temos evidências de que isso foi positivo para alguns mercados e acredito que veremos novos movimentos no futuro", reforçou.
A repórter viajou a convite da Iata