Empresas enfrentam decisão entre agentes de IA on-premise, com maior controle e customização, e nuvem, com rapidez e escalabilidade, enquanto o futuro aponta para soluções híbridas que equilibrem inovação e soberania digital.
A chegada dos agentes de inteligência artificial autônomos marca um novo capítulo para o mundo corporativo. Para os CIOs, a questão iminente não é mais “se” devem adotar essa tecnologia, mas “como”. Hoje, as empresas se veem diante de duas rotas principais: investir em agentes open source instalados on-premise, ou seja, em suas próprias infraestruturas, ou recorrer a soluções proprietárias oferecidas na nuvem. Cada caminho oferece um conjunto único de vantagens e desafios, exigindo uma análise estratégica cuidadosa para alinhar a tecnologia aos objetivos de negócio.
Esses agentes, que utilizam modelos de linguagem como motor de raciocínio, têm capacidade de executar tarefas complexas, otimizar processos e personalizar experiências em escala inédita. A decisão sobre qual modelo seguir impacta diretamente segurança, custo, inovação e soberania de dados em um cenário onde os investimentos globais em IA devem ultrapassar os 500 bilhões de dólares nos próximos anos, segundo a IDC, com dados do último ano.
O caminho on-premise com open source
A adoção de agentes de IA em infraestrutura própria, apoiada em tecnologias de código aberto, atrai aqueles CIOs que priorizam controle total sobre dados e sistemas. Nesse modelo, a soberania das informações ganha destaque, principalmente diante de regulamentações cada vez mais rigorosas, como a LGPD no Brasil e a GDPR na Europa. Manter dados críticos dentro da própria estrutura reduz riscos e aumenta a confiança em setores altamente regulados e em organizações onde os dados proprietários são fontes de diferencial competitivo.
Outro ponto forte é a customização profunda. O open source oferece liberdade para adaptar algoritmos e integrar soluções com sistemas legados, o que pode se traduzir em vantagens competitivas únicas. Além disso, apesar do investimento inicial com hardware e especialistas, há maior previsibilidade de custos a longo prazo, sem surpresas de cobranças variáveis, comuns em modelos de nuvem.
A contrapartida é a responsabilidade. A manutenção da infraestrutura, as atualizações e a segurança ficam sob responsabilidade da equipe interna. Isso exige profissionais especializados em IA e MLOps, algo ainda escasso no mercado.
A alternativa da nuvem proprietária
Em contrapartida, os provedores de nuvem oferecem plataformas de agentes de IA como um serviço (AIaaS) robusto e de fácil acesso. Esta abordagem se destaca pela rápida implementação e escalabilidade. As empresas podem começar a experimentar e implementar agentes de IA em uma fração do tempo que levariam para construir uma infraestrutura própria. A capacidade de escalar recursos para cima ou para baixo conforme a demanda oferece uma flexibilidade financeira e operacional inegável.
O acesso à inovação de ponta é outra vantagem. Os grandes players da nuvem investem bilhões em pesquisa e desenvolvimento, disponibilizando os modelos de IA mais recentes e poderosos como um serviço. Isso democratiza o acesso a tecnologias de ponta, que seriam proibitivas para a maioria das empresas desenvolver internamente. Consequentemente, há uma redução da carga de manutenção, pois a gestão da infraestrutura subjacente, incluindo hardware, atualizações de software e patches de segurança, é de responsabilidade do provedor.
O reverso da medalha na nuvem proprietária é o potencial de vendor lock-in, onde a dependência de um único fornecedor pode limitar a flexibilidade futura. Além disso, questões sobre a privacidade e o uso de dados corporativos para treinamento de modelos globais são preocupações legítimas que devem ser endereçadas contratualmente.
Mas sem dúvida a principal preocupação do CIO deve ser com os custos crescentes de uso restrito a solução em nuvem, que são da ordem de 30% a 50% superiores a uma solução on-premise ou híbrida.
O papel estratégico do CIO e um “futuro híbrido”
A escolha entre on-premise e nuvem não é universal. Como mostra uma pesquisa recente da Gartner, fatores como custo, segurança de dados, capacidade técnica interna e urgência para chegar ao mercado devem guiar a decisão. Setores como o financeiro e o de saúde, por exemplo, podem se beneficiar mais da abordagem local, enquanto empresas que precisam de agilidade em inovação tendem a encontrar na nuvem a melhor resposta.
Tudo indica que para a maioria das organizações o futuro deve ser híbrido. Aplicações críticas permanecem em servidores próprios, enquanto projetos menos sensíveis migram para a nuvem. O desafio será orquestrar esses dois mundos de forma integrada, mantendo equilíbrio entre controle, custo e velocidade.
É nesse contexto que a nossa oferta se diferencia, ao entregar soluções de servidores como serviço, que unem hardware, software para IA em ambientes on-premise ou híbridos e suporte técnico especializado para gestão de datacenters. Assim, as empresas podem avançar com confiança na adoção da inteligência artificial, conciliando inovação com soberania digital.
(*) Leandro Rosa dos Santos é VP de Estratégia e Inovação da Positivo Tecnogia.