Um mês depois da estreia, ‘Três Graças’ registra média de 22 pontos no Ibope. Audiência semelhante à de ‘Vale Tudo’ nos mesmos 30 primeiros dias no ar.
Não ter conseguido impulsionar a faixa das 21h gera frustração em parte da Globo, mas também alívio por manter um público cada vez mais infiel.
O que chama atenção é que o novelão já ficou muitos dias atrás dos números do ‘Jornal Nacional’ e da produção das 19h, ‘Dona de Mim’.
Pode significar desinteresse pontual pela trama e também um hábito cada vez mais comum: sair da TV aberta após o fim do jantar para ver séries e outros gêneros em canais pagos e nas plataformas de streaming.
Sem guerra com a crítica
Apesar da audiência apenas razoável, ‘Três Graças’ recebe elogios da maioria dos jornalistas especializados em teledramaturgia.
O autor Aguinaldo Silva — que escreve com Virgílio Silva e Zé Dassilva — impõe seu estilo, com destaque para diálogos politicamente incorretos, humor depreciativo e um flerte com o mistério surrealista.
Os ‘haters’ sempre prontos para atacar a novela das 9 da Globo estão se sentindo perdidos: as qualidades da narrativa abafam as poucas falhas.
Uma delas (talvez a pior) é a existência de personagens decorativos, sem função dramatúrgica. Outra (igualmente aceitável), a pouca familiaridade dos autores com a cidade de São Paulo, retratada de maneira superficial.
Esperança de crescimento
A coluna apurou que há, na Globo, expectativa de que ‘Três Graças’ aumente seus índices a partir do roubo pela mocinha Gerluce (Sophie Charlotte) da estátua que fica na mansão de Arminda (Grazi Massafera), no fim deste mês, e do retorno do marido da vilã, o morto-vivo Rogério (Eduardo Moscovis), disposto a se vingar dela e de Ferette (Murilo Benício), previsto para janeiro.
O folhetim clássico carece realmente de reviravoltas. Algumas cenas se tornaram repetitivas. O reforço do embate entre o bem e o mal fará bem à novela e poderá aumentar a empolgação das redes sociais.