O ‘Jornal Nacional’ deverá fechar 2025 com média de 22.3 pontos de audiência, meio ponto a menos do que teve no ano passado.
Nos últimos cinco anos, o principal telejornal da Globo perdeu 25% de público considerando os índices aferidos pela Kantar Ibope: registrou 29.8 de média em 2020.
Esta queda não tem a ver com qualidade. Entre acertos e omissões, o ‘JN’ continua a ser o melhor noticiário da televisão.
O problema está na migração de telespectadores para o digital, especialmente redes sociais e plataformas de streaming.
Todas as emissoras de sinal aberto são afetadas pelo fenômeno. Nem a tradicional novela das 9 da Globo escapa da debandada de público.
Das últimas sete produções, seis não conseguiram atingir a desejada meta de 30 pontos. A atual ‘Três Graças’ também enfrenta números baixos.
O hábito de ver TV à noite (sagrado na maioria dos lares brasileiros de 1950 até a metade da década de 2000), não faz parte da rotina da nova geração, nem de quem possui dinheiro para assinar canais pagos e serviços de vídeo sob demanda.
Audiência cai, preço do intervalo sobe
Mesmo com leve queda no Ibope no último ano, o ‘Jornal Nacional’ se mantém como principal fonte de informação da maioria das famílias. Atinge cerca de 20 milhões de brasileiros em tempo real.
Por isso, não faltam anunciantes. Um banco digital paga R$ 15 milhões por mês para ser o patrocinador.
Recentemente, houve reajuste na tabela para o mercado publicitário: um comercial de 30 segundos no intervalo custa R$ 1.044.000,00. Uma única edição do ‘JN’ chega a gerar receita de R$ 30 milhões.
Há ainda o incalculável capital político à Globo. Aparecer no telejornal comandado por Renata Vasconcellos e César Tralli rende credibilidade e prestígio a profissionais, empresas, políticos e marcas. Não há vitrine maior no país. Consequentemente, a emissora detém extraordinária influência em todos os círculos de poder.