Após encerrar seu longo ciclo na TV Globo em 2024, Boninho tem revisitado histórias marcantes de mais de quatro décadas dedicadas à televisão. Em participação recente no The Noite, do SBT, ele conversou com Danilo Gentili e relembrou passagens decisivas da carreira, incluindo bastidores pouco conhecidos e situações que misturaram surpresa, competição e irritação. Casado com Ana Furtado, que atualmente apresenta o The Voice Brasil, o diretor falou com franqueza sobre disputas criativas que marcaram o início dos realities no país.
Durante a entrevista, Boninho citou projetos emblemáticos que ajudaram a moldar a programação da Globo, como TV Colosso e No Limite, apontado por ele como o primeiro reality exibido em TV aberta no Brasil. A lembrança, no entanto, veio acompanhada de um episódio que ainda provoca reações fortes: a estreia repentina da Casa dos Artistas, idealizada por Silvio Santos, em 2001. "No Limite foi meu primeiro reality", disse, antes de completar que o novo programa "furou foi do No Limite" e trouxe enormes desafios.
Surpresa, concorrência e impacto
Questionado por Danilo Gentili sobre a reação interna da Globo, Boninho foi direto. "Do jeito que ele fez, ele foi muito doido, não contou pra ninguém", afirmou, admitindo: "Eu fiquei muito puto". Ele também lembrou do espanto ao ver o formato no ar enquanto estreava seu próprio projeto. "Que coisa é essa?", recordou, destacando que já conhecia o Big Brother holandês, mas via o No Limite como uma experiência ousada e única.
A primeira temporada da Casa dos Artistas acabou se tornando um fenômeno. Exibida em 2001, sob direção de Rodrigo Carelli, hoje na Record, a atração alcançou médias expressivas de audiência, chegando a 46 pontos na final. Participantes como Supla, Bárbara Paz e Alexandre Frota ajudaram a consolidar o reality como um marco da televisão brasileira, mudando definitivamente o jogo da concorrência.
