Nem só de música se faz um festival. Água e cerveja são sempre bem-vindas para acompanhar as atrações e, claro, com tanto tempo de shows, uma hora a fome bate e fica difícil aguentar a maratona sem comer alguma coisa. Neste ano, o Lollapalooza trouxe o Chef’ Stage, um espaço com mais de 20 estandes com várias opções gastronômicas, além de 40 foodtrucks espalhados pelo Autódromo de Interlagos, em São Paulo.
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Entre as opções, baião de dois, risoto toscana, cachorro-quente, brownies, estrogonofe, fondue mexicano e até bacalhau. No quesito variedade, ponto para a organização que oferece comida gostosa e muito mais opções que na última edição. Mas nem tudo são flores.
É utópico imaginar que os preços dentro de um festival serão similares aos fora dele. É preciso estar disposto e preparado para gastar um pouco mais, por isso é natural que muita gente se surpreenda ao encontrar um pedaço de pizza por “6 mangos” e um copo de cerveja por “4 mangos”, que a princípio parece só um jeito descolado de dizer “6 e 4 reais”, mas não é. Afinal, conseguir comprar um pedaço de pizza e um copo de cerveja por R$ 10 em um festival parece bom demais para ser verdade.
Na porta do Autódromo, vendedores ambulantes já tinham um apelo em alto e bom tom: "Aqui você compra três cervejas por R$ 10. Lá dentro é só uma. Vocês vão se arrepender, hein? Tá caro demais". O aviso foi dado.
O Lollapalooza criou uma moeda oficial, o Lolla Mangos, com o “objetivo de evitar filas, otimizar o tempo e proporcionar mais conforto”. Até aí, tudo bem. A pegadinha é que cada mango equivale a R$ 2,50. Então aquele combo de pizza com cerveja custa, na verdade, R$ 25, assim como o hambúrguer de 9 mangos custa R$ 22,50 e o cachorro-quente de 6 mangos sai por R$ 15. E por aí vaí.
Na teoria, o método pode até evitar filas, mas é um jeito mascarado de fazer com que os preços pareçam menores do que realmente são, além de obrigar o público a calcular e converter tudo o tempo todo na boca do caixa para comprar fichas, o que deixa o processo confuso e burocrático. Para piorar, as máquinas de cartão de crédito deixaram de funcionar, o que significa que quem não levou muito dinheiro no bolso, bebeu e comeu bem menos do que gostaria.
Com as reclamações do público, a organização do festival fez algumas mudanças no segundo dia. Primeiro, tirou os avisos de que o pagamento poderia ser feito em cartão - o que não resolveu o problema, mas evitou as inúmeras negativas em frente ao caixa -, e reajustou alguns preços. Aquela pizzinha, por exemplo, caiu para 4 mangos. Mesmo assim, nada que justifique.
