Renata Silveira, narradora da Globo, planejou a gravidez de sua segunda filha, Rafaela, para voltar de licença-maternidade a tempo de narrar a Copa do Mundo de 2026, destacando a importância do planejamento e desafios enfrentados pelas mulheres no equilíbrio entre carreira e família.
A narradora da TV Globo Renata Silveira não quer ficar de fora das transmissões da Copa do Mundo de 2026, que acontece entre junho e julho. Por isso, ela planejou a gravidez da segunda filha para voltar da licença-maternidade a tempo de trabalhar na competição.
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"Não tem como não pensar em quanto tempo vou ficar fora, em quanto tempo vou ficar sem fazer um jogo, mas se ficar pensando nisso a gente não engravida. Priorizar o lado pessoal, a família, é muito importante, mas é uma decisão muito difícil", disse Renata em entrevista ao jornal O Globo.
"Vejo que muitas mulheres acabam deixando para depois ou até abandonando o sonho por medo de perder espaço no trabalho, isso realmente passa na nossa cabeça. Tem que fazer toda uma logística, uma matemática para dar conta de tudo. Eu completo 40 semanas no dia 8 de dezembro, então ficou tudo certinho. Foi bem cronometrado para não perder a Copa. É um evento que só acontece a cada quatro anos. Não tem como ficar de fora".
"Nós, mulheres, precisamos pensar e planejar tudo antes. Eu já tinha vontade de engravidar mais uma vez, só que nunca achava o tempo certo. Mas o tempo certo não existe. Nós é que priorizamos trabalho, outras coisas e vamos deixando passar. Mas falei: "Vai ter uma hora que não vai mais dar para deixar passar. Eu já estou com 35 anos". Então, fui fazendo os cálculos. Isso é uma coisa que nós, mulheres, nos sabotamos muito", completa a narradora.
Renata espera uma menina, que se chamará Rafaela, fruto do casamento com Leandro Guimarães, com quem já tem Guilherme, de 12 anos. Quando engravidou do primeiro filho, Renata ainda não trabalhava como narradora. Ela era professora de dança e dona de uma escola de dança que administra até hoje.
Atualmente, ela concilia o lado empresária com o de narradora, que exerce desde que ganhou um concurso da Rádio Globo. "É uma carreira longa, mas, ao mesmo tempo, parece que as coisas aconteceram de forma tão rápida. Eu sempre gostei de futebol, mas nunca imaginei fazer o que eu faço hoje. Narrar um jogo de futebol nunca foi uma realidade para mim, acho que muito pelo fato de nunca ter visto uma mulher na função. É uma carreira muito bonita. Quando eu olho para trás e vejo tudo que conquistei, me orgulho de não ter desistido. E não faltaram oportunidades de parar no meio do caminho, de achar que era loucura o que eu estava fazendo. Mas as portas foram se abrindo e o principal é você agarrar as oportunidades e acreditar que vai dar certo. Muitas mulheres tentaram e não conseguiram, então, lá no início, eu estava abrindo portas para outras mulheres que vieram pela frente também", conclui Renata Silveira.