A atriz Ingrid Guimarães revelou ter enfrentado diversos episódios de machismo e misoginia durante sua carreira de mais de três décadas no cinema nacional. As declarações foram feitas no podcast Meu Ritual, nesta segunda-feira (13), quando a artista compartilhou experiências de preconceito nos bastidores de produções, mesmo em ambientes com liderança feminina.
Durante a entrevista, Ingrid relatou um incidente recente em um set de filmagem não identificado, onde sofreu discriminação apesar da presença de mulheres na direção. A situação ocorreu mesmo com seus esforços para trabalhar com equipes predominantemente femininas em funções de direção e assistência.
A atriz explicou que a resistência à presença feminina em posições de autoridade persiste no cinema brasileiro, afetando principalmente mulheres em cargos de comando. Segundo seu relato, o preconceito se manifesta não apenas contra a liderança feminina, mas também contra o gênero da comédia quando protagonizado por mulheres.
Conhecida por sucessos de bilheteria na comédia nacional, Ingrid observou que alguns profissionais participam das produções apenas como trabalho, sem real interesse pelo projeto. Ela afirmou que todas as diretoras com quem colaborou ao longo de sua carreira enfrentaram alguma forma de misoginia nos sets de filmagem.
A partir dessas experiências, a atriz adotou uma postura mais assertiva diante de situações discriminatórias. Ela relatou que, ao identificar comportamentos misóginos, age imediatamente, chegando a demitir equipes inteiras quando necessário.
"A minha vida é enfrentar macho no cinema brasileiro. É muito machista. Muito", afirmou Ingrid durante o podcast. Sobre um episódio recente, ela declarou: "Eu vivi uma situação de misoginia no set, mesmo com mulheres no comando. Hoje! E eu demoro para perceber".
A atriz também expressou sua frustração com o preconceito contra a comédia feminina: "Tem gente que está ali na equipe, porque está trabalhando. A pessoa não gosta, tem preconceito. É uma coisa que me chateia profundamente".
Sobre o padrão de comportamento que identificou, Ingrid observou: "Você percebe uma coisa meio debochada, eu vi isso acontecendo com diretoras mulheres. Eu vi todas elas sofrendo algum tipo de misoginia. Todas. Sem exceção. A gente demora para perceber que esse nome existe".
Quanto à sua reação diante dessas situações, ela foi enfática: "Eu entro de sola. Eu falo mesmo. A misoginia está no dia a dia (…) quando tem uma diretora, mulher, a gente junta. No último, a gente demitiu todo mundo. Vamos demitir todo mundo. Você não pode. Se você deixa passar, você ficar com medo, ferrou, porque a pessoa repete".
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