Como 'Planeta dos Macacos' se manteve atual por 50 anos com futurismo e lutas por igualdade

Novo filme da franquia chega hoje (9) aos cinemas

9 mai 2024 - 05h00
Planeta dos Macacos: O Reinado
Planeta dos Macacos: O Reinado
Foto: 20th Century Studios/Divulgação

Pergunte a qualquer fã sobre a reviravolta de "O Planeta dos Macacos", de 1968, e você terá respostas igualmente apaixonadas sobre o impacto de assistir à cena final pela primeira vez. Afinal, é grande o choque quando os astronautas liderados por George Taylor (Charlton Heston) descobrem os restos da Estátua da Liberdade em uma praia. Anos depois, o impacto do momento é diferente, tanto pelo contexto social quanto pelo simples fato de este ser um daqueles plot twists hiperfamosos do cinema. 

Afinal, quando lançada, a saga inspirada nos livros iniciados pelo francês Pierre Boulle estava imersa em um contexto de intensa agitação política e social, tanto nos Estados Unidos quanto a nível global (o Brasil vivia os anos sombrios da Ditadura Militar), e isso só intensificava a urgência da mensagem sobre destruição, anarquia e m cenário de caos. Enquanto movimentos sociais pediam igualdade de direitos civis, a Guerra Fria aumentava o pânico e o medo de uma aniquilação nuclear e uma possível destruição da humanidade. Tudo isso, de certa forma, faz parte da história, e impactou diretamente na forma de o público interpretar a trama.

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Cena final de 'O Planeta dos Macacos' (1968)
Foto: 20th Century Studios/Reprodução

Se a ideia de macacos assumindo o controle diante da derrocada da sociedade como a conhecíamos já provocava reflexões intensas sobre a condição humana e as injustiças sociais nos anos 60 e 70, é claro que isso não seria completamente diferente anos depois. A inversão de papéis entre humanos e macacos incita uma reflexão sobre poder e controle versus desigualdade e marginalização de classes. A alegoria dos símios como uma raça dominante ecoa os preconceitos e estereótipos que permeavam a sociedade da época, questionando as noções de superioridade racial e hierárquica. Hoje em dia, não é tão diferente.

O ponto é que, décadas mais tarde, quando Rupert Wyatt reiniciou a saga com "Planeta dos Macacos: A Origem", que culminaria na trilogia que foi concluída de forma brilhante por Matt Reeves com "O Contronto" (2014) e "A Guerra" (2017), o momento obviamente era outro, mas as metáforas prevaleceram.

Desta vez, a evolução tecnológica interpretou um papel ainda mais forte na sedimentação de um mundo dominado por macacos, e isso naturalmente colocou em pauta a intensidade do impacto de tal evolução para o nosso cotidiano. 

Planeta dos Macacos: O Reinado
Foto: 20th Century Studios/Divulgação

Para Matt Reeves, "Planeta dos Macacos" simbolizou uma virada na carreira, uma vez que o sucesso comercial e de crítica dos filmes fez com que ele fosse mais visado e admirado; as inspirações em westerns e as claras referências a Sergio Leone aliadas à impressionante técnica de captura de movimentos fez com que a trilogia atingisse um patamar de clássico contemporâneo da ficção científica; o desafio, agora, é garantir que o novo filme atinja um patamar próximo.

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Dirigido por Wes Ball, o novo filme se passa 300 anos após os eventos da trilogia anterior e o reinado de Cesar. No filme, os macacos são a espécie dominante, vivendo harmoniosamente, e os humanos foram obrigados a viver nas sombras. À medida que o tirânico Proximus César (Kevin Durand) constrói o seu império, o jovem Noa (Owen Teague) empreende uma jornada angustiante que o levará a questionar tudo o que sabia sobre seu passado, fazendo escolhas que definirão um futuro tanto para os primatas como para os homens.

"Planeta dos Macacos: O Reinado" já está em cartaz nos cinemas. 

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Fonte: Redação Entre Telas
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