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Sucesso de público, ChatGPT ainda engatinha no mundo dos negócios

Por enquanto, casos em empresas são embrionários, incluindo treinamentos e gestão do conhecimento. Mas mercado vê potencial no ChatGPT

23 fev 2023 - 05h00
(atualizado às 12h50)
ChatGPT já tem mais de 100 milhões de usuários ativos mensais (Imagem: Reprodução/Freepik)
ChatGPT já tem mais de 100 milhões de usuários ativos mensais (Imagem: Reprodução/Freepik)
Foto: Canaltech

A inteligência artificial (IA) ChatGPT é o sistema de consumo com o crescimento mais rápido da história, segundo o banco suíço UBS. Mas a despeito do sucesso, a plataforma ainda atua de forma bastante embrionária entre empresas, apesar de já estar nos planos de muitas delas.

A plataforma já tem mais de 100 milhões de usuários ativos mensais — uma marca que foi conquistada em janeiro, apenas dois meses após seu lançamento.

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A Nice é uma das companhias com grandes expectativas para criar algo em cima da novidade do momento. A empresa de software israelense produz soluções de autoatendimento baseadas em IA, permitindo que organizações criem interações semelhantes às humanas.

“O ChatGPT é, de fato, um grande avanço em relação aos modelos de inteligência artificial anteriores”, opina Ingrid Imanishi, especialista em aplicações avançadas de negócios da Nice. Ela indica que, por enquanto, a solução se encaixa bem para treinamentos e gestão de conhecimento.

Leonardo Valeriano Neri, gerente sênior de ciência de dados do centro de inovação Cesar, no Recife, afirma que a chegada do ChatGPT ao mercado desafia principalmente o aprendizado de máquina em um curto período.

“O ChatGPT pode ser integrado ao processo diário de análise de grandes volumes de dados textuais, presentes em canais de relacionamento com os consumidores, e entendimento de perfil de clientes nas redes sociais”, sugere.

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Apesar do sucesso, há limites

Neri indica que as respostas fornecidas pelo ChatGPT vêm de fontes de dados até o ano em que a inteligência artificial foi construída. Por isso, é possível que neste exato momento já se tenha conteúdos desatualizados, ou então cópias de sentenças textuais que foram usadas nos dados originais. 

Segundo ele, a IA não fornece um sistema de referências que mapeia sentenças e parágrafos com os autores que criaram os dados originais, nem mesmo os sites ou artigos nos quais o texto gerado possa ser verificado. Por isso, ele defende que cabe ao usuário ter consciência de trabalhar para encontrar essas referências, para que não se caia em delitos de plágio.

Andres Valdez, diretor de pré-vendas para América Latina da Kore.ai, empresa norte-americana que cria assistentes virtuais, não acha o ChatGPT uma ameaça, mas que apresenta riscos no formato em que se encontra hoje.

“É preciso ter um sistema no meio. Não pode simplesmente responder ao cliente, porque não vai dar resposta correta. Sem integrações, as respostas estão baseadas na internet”, opina.

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Chegada do ChatGPT muda o cenário e acelera a resolução de problemas no mercado
Foto: Poder360

Para ele, as experiências das pessoas têm sido ruins com chatbots disponíveis no mercado atualmente, em sua maioria com fluxos fechados que geram respostas a partir da escolha de um menu. A chegada do ChatGPT muda o cenário e acelera a resolução de problemas de forma fluida. “Criamos integrações e estamos abrindo a possibilidade de ter assistentes virtuais em produção muito rapidamente.”

Usar bem essa tecnologia será um diferencial tecnológico, mas há desafios, endossa William Colen, diretor de inteligência artificial da Take Blip, que atua com soluções conversacionais.

“O mercado está agora entendendo como domar a fera, já que a tecnologia pode falhar em alguns momentos e até mesmo, por ter sido gerada com base em um repositório da internet, ter vieses, informações falsas e gerar respostas racistas”, alerta.

Curadoria de conteúdo e integrações 

A Take Blip, que já oferecia mecanismos de criação de chatbots ao mercado, teve agora suas iniciativas aceleradas com o ChatGPT. A tecnologia da startup capacita a IA para balizar e gerar informações a atendimentos de forma segura e útil.

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“Estamos com os primeiros casos com clientes, depois de uma campanha bem-sucedida de Natal usando o ChatGPT”, diz. A campanha mencionada por ele convidava usuários a criar mensagens personalizadas de fim de ano por meio da inteligência artificial. Mais de 18 mil mensagens foram criadas, com uma média de quatro por usuário.

A empresa trabalha no momento no uso assistido da plataforma, atuando no atendimento aos clientes da Take Blip no WhatsApp.

Outra possibilidade para o ChatGPT é "turbinar" o FAQ das empresas, usando o melhor da curadoria de conteúdo para desonerar atendentes e gerar respostas imediatas de dúvidas simples.

Tarefas que podem ser automatizadas serão extintas pelo ChatGPT, diz especialista
Foto: Adobe Stock

Ingrid Imanishi, da Nice, indica que qualquer modelo de IA precisa ser treinado e alimentado, não só no início, como de forma contínua, porque as necessidades das empresas mudam e as das pessoas também. 

“Os bots conversacionais foram evoluindo e aprenderam a ‘pensar’. Por isso, eles precisam de modelos de IA. Para que sejam eficientes, precisam se adaptar aos modelos de semântica. Nenhum dos bots conversacionais executa tarefas. Eles executam comandos para outros programas. Eles aprendem por imitação”, afirma.

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Empregos em xeque

A adoção do ChatGPT no mercado também remonta à discussão sobre trabalhos que poderão ser extintos por conta da inteligência artificial. 

“Tarefas que podem ser automatizadas serão. Essa revolução impactará em muitas profissões. Por outro lado, habilidades que o ChatGPT executa precisarão ser treinadas e outras tantas profissões passarão a existir”, reflete Imanishi.

Valdez concorda e enfatiza que para treinar assistentes virtuais é preciso uma combinação de humano e o “prompt”, ou a pergunta que é formulada para a plataforma. Por isso, talentos especializados em IA serão bastante demandados nos próximos anos.

Fonte: Redação Byte
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