Problema da Neuralink com fios de chip cerebral já era conhecido

O fios do implante cerebral se retraíram no cérebro do primeiro paciente a participar dos testes; este era um risco já sabido pela Neuralink, segundo denúncia

16 mai 2024 - 22h00
(atualizado em 17/5/2024 às 00h42)

Na última semana, a Neuralink confirmou que seu chip cerebral, colocado em um paciente de 29 anos com paralisia, deu defeito devido à retração de alguns fios no cérebro. No entanto, a empresa cofundada por Elon Musk também alegou que foi possível contornar o problema, garantindo que o jovem ainda conseguia controlar o cursor do mouse com a mente. A questão é que a empresa supostamente já sabia que este poderia ser um risco e não teria impedido o teste, como aponta uma nova denúncia.

Foto: Reprodução/Neuralink / Canaltech

Segundo cinco fontes anônimas familiarizadas com o implante cerebral e ouvidas pela agência de notícias Reuters, o risco dos minúsculos fios do chip saírem da posição adequada do cérebro era um problema conhecido pela empresa há anos. A probabilidade teria sido identificada durante os testes pré-clínicos, aqueles feitos com animais em laboratório.

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As fontes da denúncia optarem por não ser identificadas, com base na alegação de que têm acordos de confidencialidade assinados com a Neuralink. Até o momento, a empresa não se pronunciou publicamente sobre as questões de segurança apresentadas.

A Food and Drug Administration (FDA), agência norte-americana responsável por regular testes de novos equipamentos e remédios em humanos, também não comentou a questão envolvendo o defeito no chip cerebral.

Retração dos fios no implante cerebral

Durante os testes com o chip cerebral em animais, teria sido possível observar a probabilidade dos fios no cérebro. Nesses casos, alguns (ou vários) dos eletros instalados poderiam deixar de decodificar os sinais cerebrais, atrapalhando a correta leitura da mente.

Apesar da ciência disso, a empresa teria considerado o risco baixo o suficiente para não redesenhar todo o projeto com o chip cerebral, antes de iniciar a primeira rodada de testes com humanos.

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Por enquanto, um único paciente convive com a tecnologia, o jovem Noland Arbaugh. O implante foi instalado há menos de 6 meses, e o procedimento continua sendo experimental — isso significa que os cientistas responsáveis ainda aprendem sobre o projeto, enquanto acompanham a sua evolução.

Problemas relacionados ao chip cerebral da Neuralink já eram conhecidos, segundo denúncia (Imagem: Divulgação/Neuralink)
Foto: Canaltech

Com a retração de alguns fios do implante, a Neuralink conseguiu ajustar o algoritmo de modo a manter a leitura dos sinais cerebrais. Entretanto, não se sabe o que poderá acontecer se mais fios se desconectarem.

Chip no cérebro da Neuralink

Vale lembrar que a primeira cirurgia de implante do chip cerebral da Neuralink em um cérebro humano ocorreu em janeiro deste ano. Arbaugh enfrentava as limitações da paralisia desde 2016, quando sofreu um acidente, e, por isso, estava apto a participar dos testes do novo dispositivo.

Até o momento, o primeiro paciente a conviver com o chip no cérebro não apresentou problemas de saúde relacionados ao procedimento. Por outro lado, o dispositivo permitiu que ele voltasse a realizar inúmeras tarefas, como jogar videogame e partidas de xadrez, além de usar computadores com a mente.

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Fonte: Reuters  

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