Físico britânico Stephen Hawking defende direito ao suicídio assistido

17 set 2013 - 13h52
(atualizado em 18/9/2013 às 15h03)

O físico e cosmólogo britânico Stephen Hawking declarou apoio ao direito de pessoas com doença terminal optarem por cometer suicídio e receberem auxílio para isso, desde que sejam tomadas as devidas precauções.

Hawking, que se locomove em uma cadeira de rodas, foi diagnosticado com uma doença neuromotora aos 21 anos, quando lhe disseram que teria de dois a três anos de vida. Agora com 71 anos, ele é um dos cientistas de maior destaque no mundo, conhecido especialmente por seu trabalho sobre buracos negros e como autor do best-seller internacional Uma Breve História do Tempo.

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Em entrevista anterior ao lançamento nesta semana de um documentário sobre sua vida, Hawking afirmou apoiar o direito ao suicídio, mas somente caso a pessoa envolvida faça essa escolha.

Ele lembrou como em certa ocasião esteve sob o auxílio de máquinas para manter-se vivo devido a uma pneumonia, e foi dada à sua mulher a opção de desligar a máquina, mas essa não era a vontade dele. "Eu acho que aqueles que têm uma doença terminal e estão sob grande dor devem ter o direito de escolher terminar com sua vida, e aqueles que os ajudarem devem estar livres de acusação", disse Hawking à rede BBC. "Nós não deixamos os animais sofrerem. Por que deixaríamos os humanos?", questionou o físico.

"Deve haver a certeza de que a pessoa em questão genuinamente quer dar fim a sua vida e não está sendo pressionada a isso, ou que isso seja feito sem seu conhecimento e consentimento, como teria sido o meu caso".

O suicídio assistido é crime na Grã-Bretanha e a questão sobre se deve ser descriminalizado para pessoas cuja vida seja insuportável é tema de debate em vários países.

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Os defensores do direito ao suicídio dizem que aqueles capazes de tomar tal decisão devem receber permissão para morrer com dignidade. Opositores dizem que flexibilizar a lei pode pôr pessoas vulneráveis em risco.

Hawking, que aparece regularmente em programas de TV, diz que sua mente ativa e senso de humor são peças-chave para sua sobrevivência.

O cientista se comunica através de um sensor que conecta os músculos de suas bochechas a um sistema de voz computadorizado. Ele encoraja a todos que tenham condições especiais a se concentrarem naquilo que podem fazer. "A física teórica é um campo em que ser deficiente não é limitador. Está tudo na mente", disse o cientista, que trabalha da Universidade de Cambridge.

O documentário Hawking, da Vertigo Films, tem lançamento marcado para 20 de setembro na Grã-Bretanha.

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